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Economia

Brics: o que é o banco comandado agora por Dilma Rousseff?

A indicação de Dilma pelo governo petista se dá pela regra de rotatividade, uma vez que a presidência do organismo deveria ficar com um indicado pelo Brasil até 2025.

A ex-presidente Dilma Rousseff tomou posse como presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o banco do grupo de nações emergentes – também chamado de Banco do Brics. O nome de Dilma foi recomendado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assumir o mandato rotativo que vence em 6 de julho de 2025.

Rousseff vai suceder o brasileiro Marcos Troyjo, ex-secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia – indicado pelo governo de Jair Bolsonaro -, que estava no cargo desde 2020.

Formado pelos países dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e voltado para o financiamento de obras de infraestrutura e programas de desenvolvimento nos cinco países membros além de outros em desenvolvimento, o NDB é visto por seus membros como uma alternativa ao Banco Mundial. Baseado em Xangai, começou a operar em 2015.

Posse de Dilma Rousseff como presidenta do banco do Brics, em Xangai. Reprodução Instagram @dilmarousseff

O que é o grupo do Brics?

O grupo não é um bloco político, muito menos uma aliança de comércio. Mas os cinco países cooperam com o objetivo de aumentar o crescimento econômico entre as nações.

O bloco de países emergentes foi criado em 2006, e foi inicialmente composto por Brasil, Rússia, Índia e China. A África do Sul entrou no bloco em 2011, e daí que o nome Bric (que representa a sigla com as letras iniciais dos respectivos países) incluiu a letra S (de South Africa), passando a se chamar Brics.

Anualmente, os chefes de Estado e de governos dos países-membros se reúnem para discutir crescimento econômico e questões político-diplomáticas.

O termo Brics foi criado pelo economista chefe do Goldaman Sachs, Jim O’Neil, em estudo de 2001, intitulado “Building Better Global Economic BRICs”. O britânico apontou na época que os países emergentes tinham potencial econômico para superar grandes potências mundiais em até 5 décadas.

Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o peso econômico dos Brics é “considerável”. Entre 2003 e 2007, o crescimento dos quatro países representou 65% da expansão do PIB mundial. Em paridade de poder de compra, o PIB dos Brics superou em 2014 o PIB dos EUA ou o da União Europeia.

Em 2003 os Brics respondiam por 9% do PIB mundial e, em 2009, esse valor aumentou para 14%. Em 2010, o PIB conjunto dos cinco países totalizou US$ 11 trilhões, ou 18% da economia mundial. Considerando o PIB pela paridade de poder de compra, esse índice é ainda maior: US$ 19 trilhões, ou 25%.

E o que faz o banco do Brics?

O banco que representa os países do bloco do Brics dá apoio financeiro a projetos de infraestrutura e programas de desenvolvimento sustentável, públicos ou privados, para os países membros além de outras nações emergentes.

O NDB é visto por seus membros como uma alternativa ao Banco Mundial. Pode se dizer que a instituição se transformou em uma potência dado os seus mais de US$ 30 bilhões em empréstimos aprovados até 2021, segundo relatórios do banco a investidores. Desse total, US$ 14,6 bilhões já foram desembolsados. Entretanto, o capital inicial da instituição foi composto por aportes feitos pelos países-membros.

Com sede na cidade chinesa de Xangai, o banco tem como membros, além do bloco, os Emirados Árabes Unidos, Bangladesh e Egito. Agora está em análise a adesão do Uruguai.

A instituição é comandada por um grupo de executivos indicados por cada um dos países-membros e a presidência é rotativa. A cada cinco anos, um país indica um novo nome para comandar o banco.

Posse de Dilma

Comitiva brasileira durante posse de Dilma Rousseff como presidenta do banco do Brics, em Xangai. Reprodução Instagram @dilmarousseff

A posse de Dilma no NDB representa, segundo discursou Lula no evento em Xangai, a renovada aposta do Brasil no Brics. O presidente também defendeu o uso de moedas locais no comércio global e na atuação do banco, em detrimento do dólar, em um discurso que soa bem aos ouvidos chineses.

“Hoje um país precisa correr atrás de dólar para poder exportar, quando ele poderia exportar na sua própria moeda. Os bancos centrais certamente poderiam cuidar disso.”

lula, presidente da república

O presidente vem questionando por que um banco como o do Brics não pode ter uma moeda que possa financiar a relação comercial entre Brasil e China, além de outros países.

A indicação de Dilma pelo governo petista se dá pela regra de rotatividade, uma vez que a presidência do organismo deveria ficar com um indicado pelo Brasil até 2025. Como Marcos Troyjo foi indicado pelo governo anterior, o consenso foi de que Lula poderia indicar um novo nome.

Na eleição que definiu Dilma como nova mandatária do banco, não houve nenhuma outra candidatura. Mas opositores do governo petista questionaram a indicação da ex-presidente do Brasil ao cargo.

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