O Banco Central do Brasil considera que o ritmo de cortes de 0,50 ponto percentual nas taxas de juros por reunião é adequado às condições atuais, disse o presidente Roberto Campos Neto, indicando que a perspectiva para 2024 é levar os custos dos empréstimos ao nível “mais baixo possível”.
“Com as variáveis de hoje nós entendemos que 50 (pontos-base) é o ritmo apropriado, a gente vai avaliar isso em cada reunião”, disse Campos Neto à GloboNews em entrevista veiculada na noite de quarta-feira, quando perguntado sobre a possibilidade de acelerar o processo de flexibilização.
Campos Neto disse que a curva da taxa de juros e outros indicadores de mercado estão se comportando como se a flexibilização monetária fosse ser feita de forma “sustentável”, o que ele acrescentou ser crucial para os formuladores de política monetária.
Falando sobre as perspectivas para o próximo ano, ele disse que “é importante entregar inflação na meta, é importante entregar os juros o mais baixo possível pra gente ter essa consolidação desse processo que a gente vem fazendo há algum tempo”.
Depois de manter as taxas em um ciclo de alta por quase um ano para controlar a inflação elevada, o BC iniciou uma redução dos juros em agosto e, até o momento, cortou as taxas em 200 pontos-base para 11,75%, sinalizando novos cortes de 50 pontos-base em cada uma das duas próximas reuniões de política econômica.
A autoridade monetária espera que a economia brasileira cresça 1,7% em 2024, após uma expansão de 3,0% este ano, mas Campos Neto disse que há uma “boa chance de ter viés mais positivo” para a atividade no próximo ano.
Ele citou a aprovação da reforma tributária e de medidas de aumento de receita, além de apontar para uma melhora marginal no cenário externo.
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