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Economia

Com queda inesperada, indústria interrompe 9 meses de alta em fevereiro

Segundo o IBGE, produção industrial recuou 0,7% no mês.

trabalhador opera máquina em indústria

A indústria brasileira registrou queda inesperada em fevereiro e interrompeu nove meses de resultados positivos, sob o peso das perdas na produção de veículos automotores e indústrias extrativas, em meio à piora da pandemia de Covid-19 e restrições cada vez mais rigorosas.

A produção da indústria registrou em fevereiro queda de 0,7% na comparação com o mês anterior, contra ganho de 0,4% esperado em pesquisa da Reuters.

O resultado divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) interrompe nove meses de ganhos, período em que a produção acumulou alta de 41,9%.

O setor está agora 13,6% abaixo do patamar recorde alcançado em maio de 2011 e 2,8% acima do nível pré-pandemia, de fevereiro de 2020.

Na comparação com fevereiro de 2020, a produção teve alta de 0,4%, sexta taxa positiva consecutiva, mas bem abaixo da expectativa de um ganho de 1,5%.

Declínio da indústria

“Nos últimos meses nós já vínhamos observando uma mudança de comportamento nos índices da indústria, que, embora ainda estivessem positivos, já apresentavam uma curva decrescente, demonstrando um arrefecimento”, disse o gerente da pesquisa, André Macedo.

Depois das fortes perdas registradas entre março e abril do ano passado devido às medidas de contenção ao coronavírus, a indústria brasileira entrou em ritmo de recuperação.

Entretanto, esse cenário está agora ameaçado devido ao recrudescimento da pandemia no país, com recordes seguidos de mortes e medidas mais duras de isolamentos adotadas em muitas localidades.

Produção de veículos pesou

Em fevereiro, o IBGE indicou que as perdas foram disseminadas. As maiores influência negativa no mês foram as atividades de veículos automotores, reboques e carrocerias (-7,2%) e de indústrias extrativas (-4,7%).

“O ramo de veículos vem sendo muito afetado pelo desabastecimento de insumos e matérias-primas. Mesmo assim, a produção de caminhões vem tendo resultados positivos. Porém, a de automóveis e autopeças vem puxando o índice geral para o campo negativo”, explicou Macedo.

Entre as grandes categorias econômicas, a maior perda foi registrada por Bens de Consumo Duráveis, de 4,6%. A produção de Bens de Capital caiu 1,5% e a de Bens de Consumo Semiduráveis e não Duráveis recuou 0,3%.

O único sinal positivo foi apresentado por Bens Intermediários, com ganho de 0,6% na produção.

O setor industrial depende agora, também, da melhora do mercado de trabalho, bem como do cenário inflacionário e da retomada do auxílio emergencial, que ajudou na recuperação do setor no ano passado.

A pesquisa Focus mais recente do BC realizada com uma centena de economistas mostra que a expectativa é de uma alta de 5,24% da produção industrial em 2021, com a economia crescendo 3,18%.

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