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Economia

Consumidores da China estão menos confiantes na economia: é o que mostra a importação de milho brasileiro

O milho é usado principalmente como ração animal no país, e a demanda foi prejudicada pelo fato de as famílias reduzirem o consumo

Grãos de milho se movem ao longo de uma correia transportadora na fábrica de ração do Tianjin Tianjiao Group em Tianjin, China. Foto: Giulia Marchi/Bloomberg

As importações de milho da China devem totalizar apenas 14 milhões de toneladas na atual temporada, menos da metade do pico atingido durante uma onda de compras há alguns anos, de acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, na sigla em inglês).

A agência reduziu sua estimativa em 2 milhões de toneladas para o ano de 2024-25 até setembro em um relatório divulgado nesta terça-feira (10), citando um volume de compras menor do Brasil.

Isso oferece novas evidências de como a desaceleração econômica e a crise imobiliária da China afetaram a confiança do consumidor. O milho é usado principalmente como ração animal no país, e o crescimento da demanda foi prejudicado pelo fato de as famílias preocupadas com os custos reduzirem o consumo de carne e as saídas para restaurantes.

Pequim solicitou aos comerciantes que comprassem menos grãos estrangeiros no início deste ano, como parte de um esforço para proteger os agricultores locais e apoiar os preços domésticos, que estão perto do nível mais baixo em mais de quatro anos. O USDA também está prevendo que a safra de milho da China terá um recorde nesta temporada, apesar do clima extremo, reduzindo a necessidade de importações.

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A China, que satisfaz a maior parte de seu consumo de milho no mercado interno, surgiu como um peso pesado no comércio global do grão há alguns anos, quando seu rebanho de suínos se recuperou de um surto de doença generalizada e as colheitas locais diminuíram. Isso fez com que as importações subissem em espiral, proporcionando uma vantagem para os agricultores da Ucrânia, do Brasil e dos EUA.

Embora suas compras de milho ainda sejam robustas, a perspectiva desta temporada se compara a um pico de mais de 29 milhões de toneladas em 2020-21 e coloca as importações chinesas atrás do México, da União Europeia e do Japão. O USDA também reduziu a perspectiva de compras de trigo e cevada pelo país.

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