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Economia

Copel terá ano de arrumação de casa, mas olhará oportunidades de crescimento, diz CEO

Por Letícia Fucuchima

SÃO PAULO (Reuters) – O ano de 2024 será de “arrumação da casa” para a Copel após a privatização da elétrica realizada no ano passado, com as prioridades voltadas para sua reorganização interna e investimentos em seus próprios ativos, disse nesta terça-feira o CEO da companhia elétrica, Daniel Slaviero.

“A prioridade são investimentos orgânicos… isso passa por investimentos na base de distribuição (de energia), reforços e melhorias (na transmissão) e leilão de capacidade”, afirmou o executivo a jornalistas após participar de evento do banco UBS BB em São Paulo.

Segundo Slaviero, a paranaense Copel está focada agora em trabalhos organizacionais, como a integração de suas áreas e equipes após um programa de demissão voluntária (PDV) que reduziu 23% de seu quadro, e nos desinvestimentos de negócios considerados não estratégicos, como a distribuição de gás natural.

No caso da venda da distribuidora Compagás, ele disse que a expectativa é receber ofertas vinculantes pelo ativo até o final de fevereiro. Para simplificar seu portfólio, a companhia poderá ainda desinvestir de usinas hidrelétricas de pequeno porte, as PCHs e CGHs, e realizar, no futuro, descruzamento de participações que detém em outras empresas.

Um dos focos serão os investimentos na distribuidora de energia da Copel no Paraná, que é uma das maiores do país. A área receberá a grande maioria dos investimentos aprovados no programa da Copel para 2024, de 2,4 bilhões de reais.

Nesse sentido, o presidente da Copel destacou que aquisições de ativos e disputar leilões de transmissão não são hoje uma prioridade para a companhia. “Para 2025 está ainda muito cedo, vai depender”, acrescentou.

Ele ponderou, no entanto, que a companhia não deixa de olhar oportunidades de crescimento, uma vez que “nenhuma empresa gera valor de longo prazo apenas cortando custo”.

Slaviero ressaltou ainda a importância do pagamento de dividendos aos acionistas, em um plano que ele considera um dos grandes sucessos da companhia.

“Acreditamos muito que isso (distribuição de dividendos) é um pilar, sem solavancos, picos e baixas. Você ter uma constância, um carrego, ajuda não só o investidor profissional mas principalmente o investidor pessoa física.”

A jornalistas, o executivo disse ainda estar “otimista” com o cenário para o setor elétrico para 2024, devido a uma visão mais “pragmática” do governo na condução das principais pautas do setor.

Como exemplo, ele citou a perspectiva de renovação das concessões de distribuição de energia de forma não onerosa, mas com cobrança de níveis mínimos de qualidade dos serviços.

“Eu acho que esse comportamento do ministro e ministério vai permear todos os outros grandes assuntos do setor, leilão de capacidade, transição energética, entrada de novas fontes, do hidrogênio”, finalizou.

(Por Letícia Fucuchima)

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