A desaceleração da indústria siderúrgica da China parece fadada a se aprofundar, e tanto a gigante da mineração BHP quanto a maior produtora mundial de aço, a Baosteel, sinalizaram preocupações com a demanda após décadas de crescimento.
Os comentários pessimistas dos dois pesos pesados globais devem intensificar os receios no mercado de minério de ferro. A Baosteel alertou para um consumo “lento”, enquanto o CEO da BHP, Mike Henry, destacou a crise imobiliária da China.
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A China domina o mercado global de aço, mas a demanda pela liga usada na construção e na indústria caiu mais de 10% desde 2020, provavelmente marcando o fim de um longo boom que turbinou os lucros de grandes produtoras de minério de ferro como BHP, Vale e Rio Tinto. Os preços de referência do aço caíram para mínimas de vários anos, e as usinas chinesas agora enfrentam uma competição acirrada tanto no mercado interno quanto no exterior.
A indústria siderúrgica enfrenta “oferta forte, demanda fraca, custos elevados e preços baixos”, disse a Baosteel em seu relatório de resultados. “No segundo semestre, a indústria siderúrgica manterá um cenário de excesso de oferta, e as empresas siderúrgicas continuarão a enfrentar pressão.”
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A BHP produz 260 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, a maior parte enviada para a China, onde a Baosteel é o maior cliente individual da mineradora. A crise do setor já derrubou a cotação do minério de ferro em quase 30% este ano.
“Continuamos a acreditar que a produção de aço na China estagnou em um patamar acima de 1 bilhão de toneladas e isso deve continuar em meados da década de 2020”, disse a BHP.
Diante desse cenário desafiador, a mineradora se volta para o cobre, com expectativas de que o mercado para o metal usado na produção de cabos e equipamentos elétricos seja impulsionado pela transição energética e entre em déficit de oferta no final desta década.
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