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Economia

Curva de juros global se inverte e sinaliza recessão à vista

Retorno da dívida de 10 anos dos EUA caiu abaixo do rendimento de títulos de curto prazo.

Títulos globais seguem a rota do mercado de renda fixa nos EUA e agora também sinalizam uma recessão. Um indicador que mede a curva de juros mundial se inverteu pela primeira vez em pelo menos duas décadas.

Sede do Goldman Sachs em Nova York 20/01/2010. REUTERS/Brendan McDermid

O rendimento médio da dívida soberana com vencimento em 10 anos ou mais caiu abaixo do “yield” de títulos com prazo entre um e três anos, de acordo com os subíndices de títulos Bloomberg Global Aggregate. Isso nunca havia ocorrido, com base em dados que remontam ao início do milênio.

Juros mais altos

A inversão da curva de juros costuma ser vista como o prenúncio de uma recessão, pois investidores trocam dinheiro por títulos de prazo mais longo devido ao pessimismo sobre as perspectivas econômicas. Esses temores crescem à medida que autoridades no mundo todo prometem mais aperto monetário para frear os preços ao consumidor.

“Bancos centrais paralisados por temores de inflação vão manter as taxas de juros ancoradas na zona restritiva por mais tempo”, disse Prashant Newnaha, estrategista de juros da TD Securities, em Singapura. “Este será um catalisador-chave para o achatamento contínuo da curva.”

A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, sinalizou na segunda-feira que mais aumentos de juros são prováveis. Lagarde afirmou que ficaria surpresa se a inflação na zona do euro tivesse atingido um pico. Comentários de quatro autoridades do Federal Reserve no mesmo dia indicaram que a taxa básica pode precisar subir.

A Alemanha já estaria em recessão, enquanto a economia dos EUA poderia encolher em meados do próximo ano, de acordo com estrategistas do Deutsche Bank liderados pelo economista-chefe David Folkerts-Landau, em Londres.

A inversão da curva de juros global coincide com um rali dos títulos em meio à expectativa de que o desaquecimento econômico leve bancos centrais a desacelerar ou até suspender o aumento das taxas. O índice Global Aggregate acumula alta de 5% em novembro, perto de seu maior ganho mensal desde 2008.

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