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Economia

Curva de juros indica fim do aperto monetário nos EUA

Indicador se inverteu pela primeira vez desde a pandemia no início de 2020.

Traders de títulos já declaram a vitória do Federal Reserve em sua batalha contra a inflação após os preços terem avançado abaixo das previsões dos economistas.

Uma parte da curva de juros que o presidente do Federal, Jerome Powell, acompanha de perto para monitorar os riscos de recessão se inverteu pela primeira vez desde a pandemia no início de 2020.

O chamado spread futuro de curto prazo – que monitora a diferença entre os yields esperados para os Treasuries de três meses no prazo de 18 meses e os juros das notas do Tesouro dos EUA no momento – caiu para 14 pontos-base negativos na quinta-feira (11).

Powell argumentou que uma inversão do indicador “significa que o Fed vai cortar, o que significa que a economia está fraca”, quando chamou a atenção de investidores para isso no início deste ano. Agora, isso inclui outros trechos da curva de juros, como de três meses e de 10 anos, que se inverteram, o que normalmente mostra expectativas de que o crescimento econômico está prestes a fazer uma pausa.

Um estudo do Fed de 2018 destacou pela primeira vez a importância dessa curva futura como um indicador de recessão mais confiável do que as curvas de juros tradicionais.

Nesse caso, porém, a inversão foi provocada pelo relatório que mostrou uma desaceleração da inflação em outubro, não por más notícias econômicas que causaram temores de recessão. As bolsas deram um salto e os rendimentos dos títulos caíram depois da notícia, e agora investidores antecipam que a tendência abre espaço para que o Fed alivie o aperto da política monetária.

Traders reduziram as expectativas sobre o nível máximo das taxas quando o Fed encerrar o ciclo de aumentos dos juros. Os futuros do eurodólar voltaram a mostrar dois cortes das taxas em 2023.

Quando perguntado sobre a curva futura na entrevista coletiva de 2 de novembro após a reunião do Fed, Powell disse que, embora continue sendo o indicador preferido do Fed, também é preciso entender o motivo pelo qual os mercados esperam reduções dos juros.

“Você precisa ver o porquê, por que a curva de juros está fazendo o que está fazendo”, respondeu Powell. “Nesse caso, se estiver em uma situação em que os mercados estão precificando quedas significativas da inflação, isso afetará a curva futura”.

Dado que essa inversão foi impulsionada por uma desaceleração na alta dos preços, isso pode indicar que traders podem estar excessivamente otimistas com o retorno de uma política monetária mais frouxa.

“Acredito que o mercado esteja um pouco adiantado em termos de precificar cortes”, disse Andrew Ticehurst, estrategista de juros em Sydney da Nomura. “Os bancos centrais ainda falam em manter as taxas em níveis mais altos por mais tempo”.

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