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Economia

Demissões estão nos planos de metade das empresas, diz PwC

Ao mesmo tempo, cerca de dois terços estão aumentando salários ou expandindo benefícios de saúde mental.

Placa sinaliza feira de trabalho em Nova York 03/09/2021 REUTERS/Andrew Kelly

Se sua empresa não está demitindo, a da porta ao lado provavelmente está. Essa é uma descoberta importante de uma pesquisa divulgada na quinta-feira (18) pela consultoria PwC que, no mês passado, entrevistou mais de 700 executivos e membros do conselho de indústrias de vários setores dos Estados Unidos.

Metade dos entrevistados disse que está reduzindo o número de funcionários ou que cortes estão em seus planos, e 52% deles congelaram contratações. Mais de quatro a cada dez estão rescindindo ofertas de emprego, e uma quantidade semelhante está reduzindo ou cortando os bônus de contratação – que se tornaram comuns para atrair talentos no mercado de trabalho apertado.

Ao mesmo tempo, porém, cerca de dois terços das empresas estão aumentando os salários ou expandindo os benefícios de saúde mental. A jogada mais comum: tornar o trabalho remoto permanente para mais pessoas.

Contradições do mercado de trabalho

As descobertas ilustram a natureza contraditória do mercado de trabalho atual, em que trabalhadores qualificados ainda podem largamente estabelecer suas exigências em meio à escassez de talentos mesmo que as empresas procurem deixar funcionários irem para outros lugares, principalmente em setores muito afetados como tecnologia e mercado imobiliário.

O crescimento do emprego nos EUA no mês passado superou as estimativas dos economistas, enquanto os dados do Departamento do Trabalho, na quinta-feira (19), mostraram uma queda nos pedidos de seguro-desemprego, sugerindo que a demanda por trabalhadores continua saudável.

Mas demissões e congelamentos de contratações também estão se tornando mais comuns, e não apenas em startups de tecnologia que cresceram muito rápido. Oracle, Walmart e Apple estão entre os grandes empregadores que anunciaram cortes nas últimas semanas.

“As empresas estão jogando no ataque e na defesa com suas estratégias de talentos”, disse Bhushan Sethi, head global de práticas de pessoal e organização da PwC, observando que os empregadores precisam ponderar danos à reputação da empresa e a moral da companhia perante os funcionários ao planejar demissões. “As pessoas têm boa memória e as redes sociais desempenham um papel muito grande agora.”

Trabalho remoto

A pesquisa também encontrou contradições nas abordagens das empresas quanto ao trabalho remoto. Enquanto 70% dos entrevistados disseram que estão expandindo permanentemente as opções de trabalho remoto para funções aptas, 61% disseram exigir que os funcionários estejam no escritório ou no local de trabalho com mais frequência.

Algumas empresas podem estar fazendo os dois ao mesmo tempo: funções que não exigem muita colaboração pessoal podem ficar remotas para sempre, enquanto outros funcionários podem ser obrigados a voltar às suas mesas algumas vezes por semana. Setembro tende a ser o mês limite para muitos planos de empresas de retorno ao escritório, ainda que os prazos anteriores para voltar ao escritório tenham tido idas e vindas.

Menos funcionários nos escritórios significa frequentemente que a empresa não precisa de tantas sedes e sucursais em tantos lugares. Cerca de um a cada cinco entrevistados disse à PwC que planeja diminuir seus investimentos em imóveis, fazendo dessa a área mais comum nos cortes. Ainda assim, 31% disseram que estão impulsionando o investimento imobiliário, o que mostra, novamente, os caminhos divergentes que as empresas estão tomando em um ambiente de negócios cheio de incertezas.

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