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Economia

Enquanto o juro sobe no Brasil, BC europeu reduz taxa e não descarta outros cortes

A autoridade insistiu que não está se comprometendo com nenhuma trajetória de política monetária específica e disse que mantém a opcionalidade

Logo do Banco Central Europeu à frente de sua sede, em Frankfurt, na Alemanha. Foto: Wolfgang Rattay/Reuters

O Banco Central Europeu reduziu as taxas de juros pela quarta vez este ano nesta quinta-feira (12) e manteve a porta aberta para um maior afrouxamento em 2025, uma vez que o crescimento é afetado pela instabilidade política no país e pelo risco de uma nova guerra comercial com os Estados Unidos.

O BCE tem afrouxado a política monetária este ano, uma vez que as preocupações com a inflação evaporaram em grande parte e o debate mudou para a questão de saber se está cortando as taxas com rapidez suficiente para apoiar uma economia estagnada que está ficando para trás de seus pares globais.

Prevendo que a inflação voltará à sua meta de 2% no início de 2025 e que o crescimento permanecerá lento, o BCE reduziu sua taxa de depósito de 3,25% para 3%, em linha com as expectativas, e alterou sua orientação – o que provavelmente será visto como uma indicação de mais cortes.

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“O processo de desinflação está bem encaminhado”, disse a presidente do BCE, Christine Lagarde, em entrevista à imprensa. “Em 2025 deveremos estar em 2%”.

Em seu comunicado, o BCE removendo a promessa anterior de manter a política monetária “suficientemente restritiva”, sinalizando um retorno a, pelo menos, um cenário neutro para a política monetária, em que ela não estimula nem desacelera o crescimento.

Entretanto, esse sinal foi mais fraco do que muitos economistas esperavam, especialmente devido a um alerta de que a inflação doméstica continua alta.

Embora “neutro” seja um termo impreciso, a maioria das autoridades o coloca entre 2% e 2,5%, o que sugere que vários outros cortes nos juros estão por vir antes que o BCE chegue lá.

Entretanto, o banco insistiu que não está se comprometendo com nenhuma trajetória de política monetária específica e disse que irá manter a opcionalidade.

“O BCE tem que reagir e acelerar o ritmo de corte de juros”, disse Sylvain Broyer, economista-chefe de EMEA na S&P Global Ratings, acrescentando: “Um compromisso de cortar juros mais até que a taxa de depósito alcance a neutralidade é necessário.”

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Embora a taxa neutra seja difícil de definir, a maioria das autoridades a calculam entre 2% e 2,5%, sugerindo diversos outros cortes antes de o BCE chegar lá.

Lagarde reconheceu que “houve algumas discussões” sobre uma redução de 50 pontos base, mas disse que o consenso foi de um movimento de 25 pontos.

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