A equipe econômica do ex-presidente Donald Trump avalia formas de impedir ativamente que países usem outras moedas além do dólar em transações globais, como defendem e já fazem membros do BRICS, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.
As discussões incluem penalidades para aliados ou adversários que procurem formas ativas de comércio bilateral em outras moedas que não o dólar – com opções que incluem controles de exportação, encargos e tarifas, disseram as pessoas, falando sob condição de anonimato.
A retórica contra o domínio do dólar no sistema financeiro global ganhou força em 2022, quando os EUA lideraram esforços para impor sanções econômicas à Rússia, que faz parte do G20. O banco central da Rússia, funcionários do governo e cerca de 2.500 outros alvos tiveram seu acesso ao dólar restringido.
O presidente Joe Biden esta semana sancionou uma medida que concede a ele novos poderes para confiscar ativos russos em dólar para ajudar na reconstrução da Ucrânia.
Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que formam o BRICS, discutiram uma desdolarização parcial do sistema financeiro global em uma cúpula em agosto passado, mas ressaltaram que a divisa americana continuaria tendo um papel preponderante. Brasil e China já tem um acordo para realizar transações comerciais só com yuan e real, sem utilizar o dólar.
Os assessores de Trump falaram sobre abordar especificamente os esforços do BRICS em um potencial segundo mandato do ex-presidente.
“Odeio quando os países abandonam o dólar”, disse Trump em uma entrevista de 11 de março à CNBC. “Eu não permitiria que os países abandonassem o dólar porque, quando perdermos esse padrão, será como perder uma guerra revolucionária”, disse ele. “Isso será um golpe para o nosso país.”
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