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Economia

Falamos muito sobre Selic, mas precisamos de reformas, diz Campos Neto

Presidente do BC também voltou a defender metas de inflação.

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse nesta sexta-feira (19) que vê reformas estruturais beneficiando a economia de outros países e que o Brasil precisa fazer o mesmo. “Nós falamos muito sobre a taxa Selic… nós precisamos focar no fato de que precisamos reformas estruturais”, comentou.

A declaração foi feita durante o “Seminário de alto nível sobre bancos centrais: desafios passados e presentes”, na sessão “Desafios pós-pandemia: inflação alta, endividamento elevado e estabilidade financeira”, evento do BC promovido em São Paulo.

FOTO DE ARQUIVO: O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto discursa no congresso Mercado Global de Carbono, no Jardim Botânico, zona sul do Rio, em maio de 2022. (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

O presidente do BC ainda falou sobre as discussões sobre possibilidade de mudança da meta de inflação no Brasil. “A questão é: onde isso vai parar? A nossa meta vai ser 3%?”, questionou. Para ele, as recentes metas de inflação determinadas por diversos BCs foram boa para todos. “Precisamos continuar a mantê-las”, disse.

As falas de Campos Neto vieram depois de declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que também participou do evento. Ele afirmou que a política monetária e fiscal devem trabalhar em harmonia para garantir o desenvolvimento e a justiça social do país.

Ele acrescentou que o governo e o Banco Central (BC) estão “construindo essa relação” e que devem, juntos, remar na mesma direção. “Não podemos trabalhar em desarmonias… independente da posição ideológica”, comentou.

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa de evento em São Paulo (Foto: Natalia Dalle Cort/InvestNews)

Quanto ao atual cenário econômico, Haddad disse que as expectativas para as taxas de inflação vêm caindo, enquanto as de crescimento vêm se elevando. “Nós temos tudo para sair à frente no próximo ciclo”, pontuou. 

Ele também voltou a afirmar que a reforma tributária pode ser votada ainda neste primeiro semestre e o lançamento do plano de desenvolvimento deve ocorrer no segundo semestre, “atraindo investimentos estrangeiros para o Brasil”. Haddad afirmou que o país tem todas as condições de, em poucos meses, criar fortes possibilidades de desenvolvimento.

Contradições entre o governo e o BC

Desde o início do ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem insistindo que a Selic, taxa básica de juros, está em um nível muito elevado e que tem prejudicado o crescimento e desenvolvimento do país. O BC mantêm os juros em 13,75% ao ano há 6 reuniões seguidas.

Haddad também tem direcionado críticas ao patamar da Selic. Em um debate em abril no Senado, acompanhado de Roberto Campos Neto, presidente do BC, o ministro afirmou que o país terá problemas fiscais se a economia continuar desacelerando como resultado da política monetária.

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