O mercado financeiro não esconde certa ansiedade com a sucessão do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a partir de 2025. Ao menos em parte, a desancoragem das expectativas de inflação e a incorporação de prêmios na curva de juros futuros refletem esse sentimento dos investidores. 

Consultores de investimento têm sugerido a clientes que aloquem parte da carteira em títulos atrelados à inflação não só pelo fato de o juro real seguir elevado, mas também pela “possibilidade de um Banco Central mais tolerante com a inflação”, como escreveu recentemente a Nord Research, em referência à troca no comando do BC ao fim deste ano.

É a primeira vez desde que a autonomia do BC entrou em vigor, em fevereiro de 2021, que haverá uma troca de comando na autoridade monetária após o início do mandato de um presidente da República. Até então, o Executivo indicava um nome assim que assumia o cargo. A partir de agora, essa regra valerá para os próximos presidentes eleitos.