O Federal Reserve manteve a taxa básica de juros inalterada nesta quarta-feira (31), mas abriu a porta para reduzir os custos dos empréstimos já na próxima reunião, em setembro, conforme a inflação continua a se alinhar com a meta de 2% do banco central dos Estados Unidos.
“Houve mais algum progresso em direção à meta de 2% (de inflação) do Comitê”, disse o Comitê Federal de Mercado Aberto do banco central em um comunicado ao final de uma reunião de política monetária de dois dias, na qual manteve sua taxa de juros na faixa de 5,25% a 5,50%, mas também preparou o terreno para um corte nos juros em sua reunião de 17 e 18 de setembro, apenas sete semanas antes das eleições de 5 de novembro nos EUA.
Embora as autoridades do Fed estejam cautelosas em relação a quaisquer ações que possam prejudicar sua abordagem voltada para dados e não para questões políticas na fixação da taxa básica, a queda firme da inflação nos últimos meses levou a um amplo consenso de que a batalha contra a alta dos preços está perto do fim.
Segundo o Fed, a inflação agora está apenas “um pouco elevada”, um importante rebaixamento em relação à avaliação que o banco central utilizou durante grande parte de sua batalha contra o aumento dos preços de que a inflação estava “elevada”.
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“Não tomamos nenhuma decisão sobre reuniões futuras” no que diz respeito a cortes nos custos de empréstimos, e todas as decisões serão tomadas reunião por reunião, disse o chair do Fed, Jerome Powell, em uma coletiva de imprensa após a reunião. Mas ele acrescentou que, como as autoridades do Fed têm ganhado confiança de que as pressões sobre os preços estão se moderando, “a economia está se aproximando do ponto em que será apropriado reduzir nossa taxa de juros”.
Operadores mantiveram as apostas de que o Fed começará a flexibilizar sua política monetária restritiva em setembro, com os preços dos juros futuros refletindo expectativas de que o primeiro movimento será um corte de 25 pontos-base, seguido por mais duas reduções dessa magnitude nas reuniões de novembro e dezembro.
O banco central usa o índice PCE para sua meta de inflação anual de 2%. O índice PCE subiu 2,5% em junho, depois de ultrapassar 7% em 2022.
Além disso, o Fed removeu a linguagem permanente de que estava “altamente atento aos riscos de inflação” e a substituiu por um reconhecimento de que os formuladores de política monetária estão agora “atentos aos riscos a ambos os lados de seu mandato duplo”, que inclui uma cobrança do Congresso norte-americano para manter o pleno emprego consistente com preços estáveis.
Autoridades do Fed já afirmaram que será apropriado reduzir os custos dos empréstimos antes que a inflação realmente retorne à sua meta, para levar em conta a defasagem com que a política monetária afeta a economia.
Até o momento, a economia “continuou a se expandir em um ritmo sólido”, disse o Fed em sua mais recente declaração de política monetária e, embora os “ganhos de emprego tenham moderado”, a taxa de desemprego “permanece baixa”.
No entanto, a taxa de desemprego tem aumentado e, ultimamente, os formuladores de política monetária têm se concentrado mais em evitar o tipo de aumento acentuado do desemprego geralmente associado a juros elevados e à desaceleração da inflação.
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O Fed não se comprometeu em sua declaração com um corte nos custos de empréstimos em setembro e repetiu que os formuladores de política monetária ainda precisam de “maior confiança de que a inflação está se movendo de forma sustentável em direção a 2%” antes de reduzir os custos dos empréstimos.
Mas as mudanças na declaração parecem consistentes com a ideia de que essa confiança será alcançada até setembro, algo que os investidores estavam esperando. O Fed aumentou os juros de forma agressiva de março de 2022 a julho de 2023, elevando a taxa básica em 5,25 pontos percentuais para combater o pior surto de inflação dos últimos 40 anos.
A nova declaração de política monetária foi aprovada por unanimidade.
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