Siga nossas redes

Economia

Fed sobe juros nos EUA em 0,5 ponto percentual, maior alta desde 2000

Decisão já era amplamente esperada pelo mercado.

fed
Sede do Fed em Washington, DC 26/01/2022. REUTERS/Joshua Roberts

O Federal Reserve (Fed) anunciou nesta quarta-feira uma alta de 0,5 ponto percentual na taxa de juros nos Estados Unidos, marcando então o maior avanço desde 2000. Com isso, a taxa básica norte-americana passou para uma faixa entre 0,75% e 1% ao ano.

A decisão já era amplamente esperada pelo mercado, especialmente em meio à subida da inflação nos Estados Unidos para os maiores patamares em 40 anos.

No comunicado, o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) destacou que “a inflação permanece elevada, refletindo desequilíbrios de oferta e demanda relacionados à pandemia, preços mais altos de energia e pressões mais amplas sobre os preços”. Citando a guerra na Ucrânia e o aumento de casos de covid-19 na China, o BC dos EUA apontou ainda que “o Comitê está altamente atento aos riscos inflacionários“.

O Fed também reafirmou seu compromisso de levar a inflação para a meta de 2% ao ano. “Com o adequado fortalecimento da política monetária, o Comitê espera que a inflação volte ao seu objetivo de 2% e o mercado de trabalho continue forte”, diz o comunicado.

O Fed disse ainda que está “preparado para ajustar a postura da política monetária conforme apropriado se surgirem riscos que possam impedir o alcance das metas do Comitê”.

Os mercados têm precificado novos aumentos dos juros nos EUA em 2022 e 2023, incluindo pelo menos mais dois avanços de 0,5 percentual. Também está no radar do mercado a possibilidade de um aumento a um ritmo mais acelerado do que se esperava em março.

Repercussão

Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset, comentou mais cedo que “o Fed, que precisa debelar uma inflação acima de todos os parâmetros projetados pelo comitê e tentar agora ancorar as expectativas para o próximo ano“.

Após a divulgação do comunicado do FOMC, Roberto Coutinho, gestor de fundos e fundador da Escola da Fortuna, disse que “é importante ressaltar que, apesar da inflação americana estar no patamar mais alto desde 1982, acumulando 8,5% nos últimos 12 meses, os EUA podem entrar em recessão em 2022.”

“À medida que as empresas americanas estão liberando os resultados do primeiro trimestre, já é possível perceber que grande parte delas está apresentando forte desaceleração, bem como um descontrole nos custos operacionais causados pela alta inflação. Dessa forma, passa a ser muito perigoso se o Fed elevar a taxa de juros rápido demais no intuito de controlar a inflação, e ao mesmo tempo ter que sofrer as consequências de uma desaceleração econômica ainda mais intensa”, avalia Coutinho. “É preciso bastante cautela com essa elevação.”

Redução da carteira de títulos

Além da alta da taxa de juros, o Fed anunciou também que o início da redução de sua carteira de títulos será em junho. “O Comitê decidiu começar a reduzir suas participações em títulos do Tesouro e dívida de agências e títulos lastreados em hipotecas de agências em 1º de junho, conforme descrito nos Planos para Redução do Tamanho do Balanço do Federal Reserve”, diz o comunicado.

Declarações de Powell

Após a divulgação da decisão, o chefe do Fed, Jerome Powell, disse que as autoridades do banco central dos Estados Unidos não estão “ativamente” considerando uma alta de 0,75 ponto percentual nos juros nas próximas reuniões de política monetária.

“Um aumento de 75 pontos-base não é algo que o Comitê esteja considerando ativamente”, afirmou Powell em resposta a uma pergunta em uma entrevista coletiva após a reunião do Fed.

Os mercados futuros de juros vinham apontando uma probabilidade significativa de que o banco central elevaria os juros em 0,75 ponto percentual em sua próxima reunião, em junho.

* Com informações da Reuters

Abra sua conta! É Grátis

Já comecei o meu cadastro e quero continuar.