Economia

Ficou sabendo? Troca de comando na Americanas; especuladores compram mais reais

A Americanas anunciou a primeira troca no comando da companhia de varejo em duas décadas, escolhendo o ex presidente-executivo do Santander Brasil Sergio Rial para liderar o grupo.

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Americanas anuncia 1ª troca de comando

A Americanas (AMER3) anunciou nesta sexta-feira a primeira troca no comando da companhia de varejo em duas décadas, escolhendo o ex presidente-executivo do Santander Brasil Sergio Rial para liderar o grupo a partir do início do próximo ano.

Rial vai substituir Miguel Gutierrez que está na Americanas há quase 30 anos, afirmou a Americanas em comunicado ao mercado.

Além de ser presidente do conselho de administração do Santander Brasil, Rial também ocupa o mesmo posto na rede de postos de combustíveis Vibra, acumulando ainda a vice-presidência do conselho de administração da BRF, donas das marcas Sadia e Perdigão.

“Acreditamos que este movimento de sucessão reforçará a estratégia da companhia de crescimento com rentabilidade”, afirmou a Americanas.

Segundo a companhia, a escolha de Rial é o resultado de um “processo de meses” de trabalhos para a sucessão de Gutierrez. A empresa afirmou que o processo “permitiu uma avaliação criteriosa de vários profissionais capacitados”.

A sucessão na Americanas ocorre em um momento em que a companhia consolidou lojas físicas com sua operação de vendas online, além da fintech Ame e outras iniciativas focadas na criação de um ecossistema omnicanal.

O mercado nacional, porém, tem visto o crescimento acelerado de grupos internacionais de varejo, incluindo AliExpress e Shopee, que anunciou nesta semana que a receita do segundo trimestre cresceu 270% na comparação anual.

Especulador faz maior compra de reais desde maio, mas posicionamento ainda é tímido

Especuladores que operam na Bolsa Mercantil de Chicago (CME) voltaram a comprar reais na semana finda no último dia 16, adquirindo o maior volume de contratos desde maio, mas a posição favorável à moeda brasileira ainda é tímida e distante dos patamares recentes, indicativo de desconfiança do investidor.

Nos sete dias até 16 de agosto, esse grupo de investidores –conhecido por posições direcionais e mais agressivas– tomou, em termos líquidos, 4.790 contratos futuros de real registrados na divisão do CME Group conhecida como IMM (International Monetary Market). Os números foram compilados pela CFTC e pela Reuters.

O IMM cuida de operações com futuros de moedas, taxas de juros e índice de ações, por exemplo.

A compra líquida é a maior desde o fim de maio (6.602 contratos). O estoque das posições está comprado –ou seja, apostando na valorização do real– em 4.790 contratos. Há cerca de três semanas, era de 11.712 contratos; em meados de junho, 44.345 contratos.

No início de março, as apostas a favor do real bateram recorde de 50.496 contratos. Naquele mês, a taxa de câmbio chegou a ficar abaixo de 4,75 por dólar.

A moeda norte-americana fechou esta sexta-feira em 5,1685 reais, acumulando alta perto de 2% ao fim de uma semana de perdas para a divisa brasileira, em meio a preocupações globais com inflação e aperto da política monetária norte-americana.

Reservas da stablecoin tether caíram US$16 bi

Os responsáveis pelo tether, uma das maiores stablecoins do mundo em valor de mercado, afirmaram nesta sexta-feira que as reservas da moeda somavam 66,4 bilhões de dólares no final de junho, queda ante os 82,4 bilhões apurados no final de março.

A declaração de reservas no site da stablecoin veio um dia depois que a empresa disse que contratou a companhia de contabilidade BDO Italia para certificar suas reservas e afirmou que pretende divulgar relatórios mensais até o final do ano.

Stablecoins são um tipo de criptomoeda projetada para manter seu valor constante, como uma paridade de 1 para 1 com o dólar norte-americano, por exemplo. Elas são amplamente usadas em negócios com moedas digitais para transferência de valores entre diferentes criptomoedas ou para conversão em dinheiro tradicional.

Reguladores do mercado financeiro mundial já alertaram que stablecoins podem representam um risco para a estabilidade do sistema financeiro mais amplo.

A Tether diz que sua moeda retém valor por meio de reservas denominadas em dólares que se igualam ou excedem o valor das moedas tether em circulação.

As reservas da Tether, de 66,4 bilhões de dólares, excedem seus passivos de 66,2 bilhões de dólares, disse a BDO Italia no comunicado.

Em junho, o diretor de tecnologia da Tether, Paolo Ardoino, disse em um tuíte que a Tether havia efetuado 16 bilhões de dólares em resgates. Um colapso mais amplo do mercado de criptomoedas levou os investidores a trocarem suas posições em tether de volta para dólares.

“O relatório em si parece positivo para a Tether, porque reforça que provavelmente não há corrida bancária grande o suficiente para reduzir as reservas o bastante para que se tornem questionáveis”, disse Joseph Edwards, sócio de investimentos da Securitize Capital.

“A parte questionável do relatório é a nova mudança no auditor, especialmente porque o novo é uma empresa sem presença nos mercados de língua inglesa”, acrescentou Edwards. “Eles têm o direito de fazê-lo, mas isso fará pouco para silenciar os críticos.”

Representantes da Tether não puderam ser contatados de imediato para comentar o assunto. O site da empresa mostra que ela publicou auditorias assinadas por pelo menos cinco nomes diferentes desde 2017.

As participações da empresa em títulos do Tesouro dos Estados Unidos caíram para 28,9 bilhões de dólares no segundo trimestre, disse o comunicado, uma queda de 10,3 bilhões em relação aos 39,2 bilhões que detinha no primeiro trimestre.

Os papéis comerciais e os certificados de depósito caíram para 8,4 bilhões de dólares, mostrando uma queda de 11,7 bilhões de dólares.

Ardoino também disse que a empresa reduzirá suas participações em papéis comerciais para 200 milhões de dólares até o final de agosto e para zero até o final de outubro.


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