O futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou nesta quinta-feira (22) os nomes de Guilherme Mello para a Secretaria de Política Econômica da pasta e de Marcos Barbosa Pinto para a Secretaria de Reformas, além de anunciar Robinson Barreirinhas para a Secretaria de Receita Federal e Rogério Ceron para o Tesouro Nacional.
“São pessoas que, apesar da juventude, têm grande experiência no serviço público, pessoas altamente capacitadas, inteligentes e criativas e esse quarteto que eu apresento hoje aqui é o que nós precisamos para ter um Ministério da Fazenda cada vez mais eficiente e que busque soluções para os problemas que o país está vivendo”, disse Haddad ao anunciar os nomes.
Secretaria de Política Econômica (SPE)
Mello é coordenador do programa de pós-graduação em desenvolvimento econômico da Unicamp e um dos principais economistas ligados ao PT. Durante a campanha, foi um dos formuladores do programa econômico do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e, por diversas vezes, representou, em eventos e entrevistas, a campanha de Lula em debates econômicos.
Crítico do teto de gastos, Mello defende, como Haddad, um novo arcabouço fiscal. Em entrevistas, citou formatos usados por diversos países que reúnem metas de resultado primário, limite de dívida ou até que restringem gastos público.
Haddad o elogiou por contribuir nas negociações que levaram à aprovação pelo Congresso Nacional, na quarta-feira, da PEC da Transição.
“Guilherme teve um papel decisivo em elaborar os argumentos mais sólidos para nortear as negociações que eu acabei estabelecendo em nome da equipe econômica para o sucesso do convencimento de quase 370 parlamentares do caminho a seguir no que diz respeito á mudança de regime desse governo que termina para o próximo governo”, disse Haddad ao confirmar a escolha do auxiliar.
Secretaria de Reformas
Barbosa Pinto, por sua vez, trabalhou com Haddad no Ministério do Planejamento no primeiro mandato de Lula e participou, junto com o futuro ministro, da elaboração das leis das Parceria Público-Privadas (PPPs) e do ProUni.
Foi também o pivô da demissão de Joaquim Levy do comando do BNDES em 2019, no governo Jair Bolsonaro, quando o atual presidente irritou-se com a nomeação dele por Levy para o banco de fomento pelo fato de ter participado de governos petistas.
“Marcos Barbosa é um advogado que se envolveu muito com economia, é uma pessoa que eu conheci quase 20 anos atrás, nós redigimos a quatro mãos a lei das PPPs e a lei do ProUni na época em que eu estava no Ministério do Planejamento”, disse Haddad, lembrando que o Barbosa Pinto também já atuou na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Ele assumirá a Secretaria de Reformas, que substituirá a atual Secretaria de Acompanhamento Econômico da Fazenda, disse Haddad.
Tesouro Nacional
Futuro chefe do Tesouro, Ceron foi secretário de Finanças da prefeitura de São Paulo quando Haddad governou a cidade e foi elogiado pelo futuro ministro pelo desempenho na pasta municipal.
“Não poderia deixar de considerar o nome dele para assumir a Secretaria do Tesouro, que é a especialidade dele”, afirmou Haddad.
Barreirinhas, por sua vez, foi chefe da assessoria jurídica da pasta paulistana das Finanças quando Haddad a comandou no governo de Marta Suplicy.
“Nós saneamos uma dívida herdada da gestão anterior, do Celso Pitta, uma coisa extraordinariamente complexa para administrar e o Robinson foi o meu braço direito em toda aquela negociação que recolocou São Paulo em condições mínimas de governança”, disse Haddad.
O futuro ministro disse ainda que falta definir quem será o titular da Secretaria de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, assim como os presidentes de bancos públicos, como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.
“Até o final da semana que vem devemos estar com o quadro pronto e vamos seguir a vida a partir de janeiro”, afirmou.
Outras nomeações
Antes do anúncio desta quinta, Haddad já havia nomeado Gabriel Galípolo para a secretaria-executiva da pasta; Bernard Appy como assessor especial para reforma tributária, e Anelize Lenzi de Almeida para o comando da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.
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