O Índice de referência do mercado acionário brasileiro, Ibovespa, fechou em alta de 1,09%, a 128.508,67 pontos, nesta sexta-feira (03), após dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos ampliarem apostas de que o Federal Reserve começará a cortar os juros em setembro. A Gerdau subiu mais de 5% também embalada pelo resultado do primeiro trimestre e anúncio sobre dividendos.
Na semana, o indicador acumulou ganho de 1,57%. Na máxima do dia, chegou a 128.786,96 pontos. Na mínima, a 127.130,46 pontos. O volume financeiro somou R$ 27,79 bilhões.
Dados nos EUA
Os EUA abriram 175.000 vagas de emprego fora do setor agrícola no mês passado, de acordo com o Departamento do Trabalho. Economistas consultados pela Reuters previam abertura de 243.000 vagas. Os dados de março foram revisados para cima, mostrando abertura de 315.000 empregos, em vez de 303.000 conforme informado anteriormente.
A taxa de desemprego subiu de 3,8% para 3,9%, enquanto os salários desaceleraram a alta para 3,9% nos 12 meses até abril, após aumento de 4,1% em março.
Após os dados, os futuros de juros nos EUA passaram a precificar uma chance de cerca de 78% de um corte nos juros na reunião do banco central dos EUA em meados de setembro, acima dos 63% registrados antes do relatório. Também passaram a embutir dois cortes de 0,25 ponto percentual em 2024.
De acordo com o estrategista-chefe da Avenue, William Castro Alves, um mercado de trabalho menos pujante, com salários crescendo menos que o esperado, abre espaço para que o Federal Reserve comece a realizar uma política de afrouxamento monetário e corte os juros na maior economia do mundo.
“Face a esses dados e de acordo com os últimos comentários de Jerome Powell, que disse que ‘se o emprego moderasse’ as condições acerca da inflação e juros seriam revistas, o mercado deve voltar a especular cortes de juros começando em setembro.”
Em Nova York, o S&P 500, umas das referências do mercado acionário dos EUA, fechou em alta de mais de 1%, enquanto rendimento do título de 10 anos do governo norte-americano marcava 4,4995% no final do dia, de 4,571% na véspera,
Na visão do economista-chefe da Azimut Brasil, Gino Olivares, os dados serviram para tranquilizar os mercados, no sentido de mostrar que a desaceleração do mercado de trabalho norte-americano está efetivamente acontecendo.
A diminuição do ritmo de criação de empregos no setor de serviços, acrescentou, cria também a expectativa de menores pressões inflacionárias nesse setor nos próximos meses.
“Porém, a cautela precisa ser mantida pois foi apenas o primeiro dado de criação de emprego que ficou aquém do esperado em vários meses e, fundamentalmente, porque é necessário que esses sinais de desaquecimento se transformem em diminuição das taxas de inflação ao consumidor.”
“Mas é inegável que o resultado líquido dos números publicados hoje foi amplamente positivo, justificando a reação positiva dos preços dos ativos no mundo todo.”
Dólar
O dólar fechou o dia cotado a R$ 5,0693 na venda, em baixa de 0,86%, em sintonia com o exterior. Esta é a menor cotação de fechamento em quase um mês, desde 9 de abril, quando a moeda encerrou em R$ 5,0067. No acumulado da semana, a divisa dos EUA cedeu 0,93%.
Na véspera, o dólar já havia recuado 1,53%, após a agência Moody’s melhorar a perspectiva da nota de crédito do Brasil e depois da decisão sobre juros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), do Federal Reserve.
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