FRANKFURT (Reuters) – A inflação da zona do euro perdeu força no mês passado, mas o aumento dos preços subjacentes permaneceu forte, reforçando o argumento de que o Banco Central Europeu deve manter as taxas de juros em níveis recordes por mais algum tempo antes de começar a afrouxar a política monetária em meados do ano.
A inflação em toda a zona do euro, composta por 20 países, caiu para 2,6% em fevereiro, de 2,8% no mês anterior, um pouco abaixo das expectativas de 2,5%, segundo dados da agência de estatísticas da UE, Eurostat.
Porém o núcleo do índice, que exclui os preços voláteis de alimentos e combustíveis, caíram apenas de 3,3% para 3,1%, contra expectativas de 2,9% e mantendo-se desconfortavelmente acima da meta de 2% do BCE.
O BCE tem mantido sua taxa de depósito em um nível recorde de 4% desde setembro, mas conversas sobre afrouxamento vêm ganhando força e as autoridades estão agora debatendo o cronograma para cortes nas taxas e não se uma reversão é apropriada.
O BCE aumentou os juros em tempo recorde a partir de meados de 2022, depois que a inflação subiu acima de 10%, mas o crescimento dos preços agora está se aproximando da meta de 2%. Autoridades já disseram que as novas projeções, que serão divulgadas na próxima quinta-feira, provavelmente mostrarão um retorno mais rápido à meta.
Ainda assim, é improvável que os dados de fevereiro aliviem as preocupações persistentes sobre as pressões dos preços subjacentes, uma vez que a inflação no setor de serviços diminuiu apenas de 4,0% para 3,9%.
A principal preocupação do BCE é que a inflação salarial está muito rápida e, a menos que os trabalhadores comecem a mostrar alguma moderação em breve, os preços poderão avançar.
Os salários devem crescer mais de 4,5% este ano e o BCE há muito tempo defende que qualquer valor acima de 3% é inconsistente com sua meta de inflação.
(Reportagem de Balazs Koranyi)
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