FRANKFURT (Reuters) – As principais economias do mundo estão no caminho certo para um “pouso suave”, mas a inflação ainda não foi totalmente derrotada, alertou o chefe do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês) nesta segunda-feira, num momento em que as autoridades de política monetária estão discutindo os méritos de cortar os juros ante máximas em várias décadas.
A inflação global em mais da metade no ano passado e alguns bancos centrais já estão reduzindo a política monetária ultrarrestritiva na esperança de que possam preservar o crescimento e manter suas economias funcionando após os choques consecutivos da pandemia e do aumento da inflação.
“Parece que estamos a caminho de um pouso suave”, disse Agustín Carstens, diretor-geral do BIS, em um discurso em Frankfurt. “A inflação mais baixa veio a um custo notavelmente pequeno para a economia real.”
Entre os maiores bancos centrais do mundo, o Banco Central Europeu poderia ser o primeiro a se movimentar em junho, seguido pelo Federal Reserve em junho ou julho, e pelo Banco da Inglaterra talvez em agosto, de acordo com as expectativas atuais do mercado.
No entanto, alguns indicadores recentes sobre a inflação subjacente em ambos os lados do Atlântico levantaram temores de que o crescimento dos preços poderia ser mais persistente do que sugerem algumas das expectativas mais benignas existentes.
“Entretanto, um pouso suave não é garantido. O trabalho dos bancos centrais ainda não terminou. Embora a inflação esteja mais baixa, ela ainda está acima das metas dos bancos centrais. E certamente haverá mais obstáculos no caminho”, disse Carstens.
Ele também alertou que uma série de fatores, como a desglobalização, a fragmentação econômica, as tendências demográficas adversas e a necessidade de combater a mudança climática, manterão os preços sob pressão no médio prazo, exigindo que os bancos centrais cumpram suas promessas de reduzir a inflação.
(Por Balazs Koranyi)