A mudança nos juros dos EUA acontecerá em meio à pressão do presidente Donald Trump, que vem demandando por um “grande corte” esta semana.
O drama político também gerou suspense sobre quem estaria presente na reunião de política monetária desta quarta-feira (17), embora a escalação provavelmente tenha sido definida na noite de segunda.
Deixando essas intrigas de lado, os investidores estarão de olho no presidente do Fed, Jerome Powell, e analisarão novas projeções econômicas em busca de pistas sobre a provável trajetória das taxas de juros nos próximos meses.
Analistas esperam que visões divergentes sobre emprego e inflação impeçam as autoridades de prometerem um ritmo agressivo de cortes nas taxas de juros daqui para frente.
“Cada corte é mais difícil do que o anterior, a menos que o mercado de trabalho mostre sinais de deterioração contínua”, disse Aditya Bhave, economista sênior do Bank of America para os EUA.
Variação de eleitores
Embora a decisão do banco central sobre a taxa de juros seja o foco principal dos observadores do Fed, circunstâncias extraordinárias em torno da composição do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) têm dominado as notícias antes da reunião.
Stephen Miran, aliado de Trump e indicado pelo presidente para preencher uma vaga no banco central, foi empossado na manhã de terça-feira (16), bem a tempo para o encontro.
Miran foi criticado por se recusar a renunciar ao cargo de presidente do Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca. Em vez disso, ele tirou uma licença não remunerada, o que questiona seu compromisso de agir de forma independente enquanto estiver no Fed.
Enquanto isso, um tribunal de apelações dividido decidiu na noite de segunda-feira que a governadora do Fed, Lisa Cook, poderia continuar trabalhando no banco central enquanto sua ação judicial contesta a decisão de Trump de liberar seus recursos. O governo Trump pretende pedir à Suprema Corte que permita que o presidente a destitua por alegações de fraude hipotecária, o que Cook negou.