Por Patricia Vilas Boas
SÃO PAULO (Reuters) – Os lançamentos de novas moradias no Brasil caíram no quarto trimestre do ano passado na comparação com o mesmo período de 2022, mas as vendas registraram variação positiva, com um mercado ainda “forte e aderente”, disse a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) nesta segunda-feira.
As vendas subiram 1,7% nos três meses encerrados em dezembro na comparação anual, mas recuaram 3,2% na base trimestral. As unidades residenciais lançadas, por sua vez, retraíram 10,9% ano a ano, mas saltaram 20,7% versus o trimestre anterior, mostraram dados da Cbic.
“O mercado segue forte e aderente”, afirmou a entidade em apresentação dos dados do último trimestre do ano passado, “ou seja, há demanda para os imóveis lançados”.
Dentro do programa Minha Casa Minha Vida, que ganhou novas regras e maiores investimentos durante o primeiro ano do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, os lançamentos registraram expansão anual de 14,7% no quarto trimestre, enquanto as vendas avançaram 4% na mesma base.
Na comparação trimestral, o avanço em vendas e lançamentos do MCMV foi maior, de 4,2% e 26,5%, respectivamente, para os meses de outubro a dezembro de 2023.
De acordo com a entidade, cerca de 48% das unidades lançadas no último trimestre do ano foram do programa habitacional. Já as vendas de unidades do MCMV representaram 39% do total.
No comparativo entre o número de unidades vendidas e o valor geral de vendas (VGV) com a quantidade de unidades lançadas e o valor geral lançado (VGL), o desempenho do quarto trimestre foi o melhor da série histórica, de acordo com Celso Petrucci, economista vinculado à Cbic.
“Nós lançamos 53 bilhões (de reais) durante o quarto trimestre e vendemos 49 bilhões… em termos de valores, é o melhor trimestre da história”, disse Petrucci em coletiva de imprensa.
Segundo o economista, esse resultado também refletiu a elevação do teto do MCMV para 350 mil reais. “Ao passar todo o limite máximo para 350 (mil reais) tem o efeito também aqui tanto nos lançamentos quanto nas vendas.”
A pesquisa da Cbic abrangeu 220 cidades, englobando capitais, regiões metropolitanas e praças intermediárias.
Para 2024, a entidade espera estabilidade dos lançamentos, considerando fatores como “a continuidade da queda dos juros, maior solidez do governo e da política econômica”, além do andamento do MCMV.
A Cbic prevê um aumento de 5% a 10% no mercado imobiliário do MCMV para este ano, enquanto nos demais mercados a expectativa é de estabilidade ou crescimento de até 5%.
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