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Economia

Uruguai rejeita se aposentar mais cedo e afasta reforma da previdência de US$ 22,5 bilhões

Em meio à escolha presidencial, uruguaios rejeitam adiantar previdência para trabalhadores com mais de 60 anos

Apoiadores da Frente Ampla em Montevidéu neste domingo (27). Foto: Mariana Greif/Reuters

Cerca de 2,3 milhões de uruguaios foram às urnas neste domingo (27) para votar em dois assuntos: quem será o próximo presidente do país e, em plebiscito, se aceitam ampliar o sistema de previdência nacional, com custo anual estimado em US$ 22,5 bilhões.

As eleições presidenciais

Os resultados oficiais da eleição presidencial no Uruguai mostram que o candidato de centro-esquerda Yamandu Orsi enfrentará o conservador Álvaro Delgado em um segundo turno no próximo mês, já que nenhum candidato garantiu a maioria necessária para vencer.

Com 99,92% das urnas apuradas, Orsi obteve 46,2% de apoio. Delgado garantiu 28,2%, enquanto Andrés Ojeda, um conservador jovem e experiente em mídia social, tinha 16,9%. De olho no segundo turno – que será realizado em 24 de novembro – Ojeda se comprometeu a apoiar Delgado mirando impedir uma vitória da esquerda.

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A disputa uruguaia entre dois candidatos de centro contraria uma tendência latino-americana de divisões acentuadas entre direita e esquerda, com uma sobreposição significativa entre as principais coalizões conservadoras e liberais.

A nação de 3,4 milhões de habitantes, conhecida por suas praias, maconha legalizada e estabilidade, também votou no domingo para seu próximo vice-presidente e membros do Parlamento.

Os plebiscitos

A contagem dos votos também estava em andamento para dois plebiscitos obrigatórios – um sobre uma reforma previdenciária que reduziria a idade de aposentadoria em cinco anos, para 60 anos, e outro que aumentaria os poderes da polícia para combater o crime relacionado às drogas. Ambas não alcançaram apoio superior a metade dos eleitores e foram rejeitadas.

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A rejeição da ampliação previdenciária de US$ 22,5 bilhões anuais afasta os temores de investidores e políticos de que a reforma poderia prejudicar a economia. Segundo os resultados oficiais, 61% dos eleitores elegíveis rejeitaram a proposta, contra 39% que votaram a favor.

O referendo sobre segurança também fracassou, com menos de 40% de apoio.

Resultado

Quando as seções eleitorais fecharam no domingo, centenas de apoiadores da Frente Ampla reuniram-se na capital Montevidéu, historicamente de centro-esquerda, em um palco com vista para a orla da cidade para aguardar os resultados.

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“Somos o partido que mais cresceu nesta eleição”, disse Orsi, dirigindo-se à multidão no palco. “Nesses próximos 27 dias, vamos dar o último empurrão, com mais vontade do que nunca”, acrescentou.

A coalizão conservadora no poder está com dificuldade para defender seu histórico de segurança, mas espera que os sucessos na economia – com o emprego e os salários reais em alta – possam ser suficientes para convencer os eleitores em um segundo turno a escolher a continuidade em vez da mudança.

“Estou convencido de que todo o trabalho que realizamos e o que representamos serão bem-sucedidos”, disse Delgado no domingo.

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