A despeito dos sinais do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que indicam Fernando Haddad (PT) como homem forte para comandar a equipe econômica no futuro governo, petistas ainda trabalham nos bastidores com outros arranjos para o trio de ministérios da área que será formado a partir de 2023.
A escolha de Lula por Haddad para almoço com banqueiros e para integrar a equipe de economia da transição faz agentes do mercado financeiro darem como certo o anúncio do nome do ex-prefeito de São Paulo para a Fazenda. No entanto, aliados próximos ao presidente eleito indicam que há chance de Haddad assumir, na verdade, a pasta do Planejamento.
A transição deve apresentar hoje relatório que confirma a intenção de dividir, novamente, o Ministério da Economia unificado durante o governo Jair Bolsonaro (PL). Serão recriados os ministérios da Fazenda, do Planejamento e da Indústria e Comércio.
A reação ruim do mercado financeiro à fala de Haddad no evento organizado pela Febraban na semana passada não tirou o petista do páreo. Pelo contrário, criou entre interlocutores de Lula a sensação de que qualquer sinal contrário ao fortalecimento de Haddad na área mostraria um recuo do presidente eleito à Faria Lima. Lula não abre mão de um ministro de sua plena confiança e comprometido com o combate à pobreza.
Integrantes do mercado financeiro consultados pela reportagem dizem preferir Haddad no Planejamento e um economista liberal, como Persio Arida, na Fazenda. O sinal de Arida de que não pretende assumir um ministério, no entanto, mexeu no tabuleiro. Nesse cenário, os nomes dos petistas Rui Costa e Alexandre Padilha voltaram a circular entre economistas como opções de nomes do PT mais palatáveis ao mercado.
Padilha tem bom trânsito com atores econômicos, mas o entorno de Lula aponta que ele pode ser escalado para assumir uma pasta que lidere as articulações políticas. Há quem defenda a Lula, inclusive, que seria mais urgente indicar o ministro responsável pela articulação do que o da Fazenda. O governador da Bahia, Rui Costa, deixará o cargo em dezembro e sua presença em Brasília no ano que vem é dada como certa. Ele é um dos nomes cotados para a Casa Civil.
Circulam ainda como possíveis integrantes da formação econômica o economista André Lara Resende, o presidente do conselho de administração do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, e o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes. Trabuco esteve com Lula no início do mês, na festa de aniversário do vice eleito Geraldo Alckmin (PSB).
Josué é cotado para assumir o novo Ministério da Indústria, mas também tem nome citado para a Fazenda. Ele é filho de José Alencar, que foi vice de Lula nos dois primeiros mandatos do petista. Para assumir o Ministério da Indústria também concorre Jackson Schneider, executivo da Embraer.
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