O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou nesta terça-feira (13) o nome do ex-ministro Aloizio Mercadante (PT) para indicação ao comando do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em seu governo. O Ibovespa principal índice da B3, ampliou a queda após a confirmação.
Em evento do encerramento dos trabalhos da equipe de transição, Lula afirmou que ouviu críticas sobre boatos da indicação de Mercadante, e informou que “não é mais boato”.
O presidente eleito acrescentou em discurso que o objetivo foi buscar um nome que pense em desenvolvimento e em reindustrializar o país. Lula também frisou que seu governo não privatizará empresas públicas.
Quem é Aloizio Mercadante
Eleito deputado federal por São Paulo na década de 1990 e senador nos anos 2000, Mercadante foi ministro da Ciência e Tecnologia no primeiro mandato de Dilma Rousseff (PT), entre 2011 e 2012.
Chefiou a pasta da Educação entre 2012 e 2014 e foi ministro da Casa Civil entre 2014 e 2015. Em seguida, voltou a ser ministro da Educação até o final do mandato de Dilma, que foi afastada do cargo após sofrer um impeachment em 2016.
Expectativa com PEC
Mais cedo, Mercadante, que é coordenador dos grupos técnicos da equipe de transição de governo, manifestou a expectativa de que a Câmara dos Deputados vote a PEC da Transição o mais rapidamente possível.
Mercadante argumentou que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) é “indispensável” para o país, e lembrou que ajudará inclusive o atual governo a fechar as contas neste ano.
Já aprovada com placar folgado no Senado, a PEC amplia o teto de gastos para o pagamento do Bolsa Família e abre uma margem para investimentos com base em parcela de excesso de arrecadação do governo já a partir deste ano.
Posicionamento
A AFBNDES, associação que representa os funcionários do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), viu a indicação de Mercadante (PT), à presidência da instituição de fomento como um “sinal de prestígio” político disse o presidente da entidade, Arthur Koblitz.
“É positivo, um sinal de prestígio, que o BNDES tenha um dos principais quadros do partido que vai governar o País designado para presidir a instituição”, afirmou Koblitz, que também é membro do Conselho de Administração do banco, na vaga destinada a representar os empregados.
Destacado o aspecto positivo do peso político do futuro presidente do BNDES, Koblitz ressaltou que a AFBNDES é apartidária. A posição da entidade, além da defesa dos interesses dos servidores do banco público, é em defesa de uma agenda para o papel do BNDES na política econômica.
Segundo Koblitz, os pontos principais da agenda defendida pela AFBNDES são a interrupção do processo de pagamento antecipado da dívida do banco de fomento com a União e um papel mais ativo do BNDES no financiamento aos investimentos na “reindustrialização” do País e na melhoria da infraestrutura.
Para isso, será preciso oferecer ao banco de fomento algum “instrumento” de incentivos, com mudanças na Taxa de Longo Prazo (TLP), os juros cobrados nos financiamentos do BNDES, disse Koblitz.
“Vamos levar a agenda ao futuro presidente. A expectativa é de convergência, mas a nossa associação é independente”, afirmou Koblitz.
Número 2 da Fazenda
Também nesta tarde, foi oficializada a informação de que o economista Gabriel Galípolo será o secretário executivo do Ministério da Fazenda, confirmou no início desta tarde o futuro titular da pasta, Fernando Haddad. O novo ministro confirmou a indicação ao sair de almoço com o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.
Segundo posto mais importante no Ministério da Fazenda, o secretário executivo conversa diretamente com o ministro, tanto para auxiliar em decisões sobre políticas econômicas como para resolver assuntos internos e administrativos da pasta.
*Com Estadão
*Notícia em atualização
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