Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado no segundo turno da eleição presidencial, interditavam nesta terça-feira (1) estradas em 23 estados do país, inconformados com o resultado das urnas e pedindo que ele seja desrespeitado, mesmo após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar na noite da véspera o desbloqueio imediato das vias.
De acordo com dados da Polícia Rodoviária Federal, havia 271 pontos de bloqueio ou interdição em estradas de 22 estados e do Distrito Federal às 6h10 desta terça.
Os estados mais afetados eram Paraná e Santa Catarina, com 39 pontos de interdição ou bloqueio cada. Depois vinham Pará, com 33, Rio Grande do Sul com 30, Mato Grosso com 22 e Rondônia com 20. Apenas Amapá, Alagoas, Paraíba e Sergipe não registravam protestos.
Em sua conta no Twitter, o ministro da Justiça, Anderson Torres, disse que a PRF estava atuando para liberar as estradas e que 192 bloqueios já haviam sido desfeitos.
No entanto, imagens de emissoras de TV mostravam manifestantes favoráveis ao atual presidente e caminhoneiros bloqueando estradas em vários pontos do Brasil, entre eles da rodovia Hélio Smidt, que dá acesso ao aeroporto de Guarulhos, o maior do Brasil.
A GRU Airport, concessionária que administra o aeroporto, disse que os protestos prejudicam acesso ao local. O episódio levou ao cancelamento de voos. Imagens de emissora de TV mostravam agentes da PRF dispersando os manifestantes do local.
Bolsonaro, que durante quatro anos de seu mandato colocou em dúvida sem apresentar provas as urnas eletrônicas e fez frequentemente alegações falsas sobre o sistema eletrônico de votação, ainda não se manifestou sobre o resultado das urnas, decretado pouco antes das 20h de domingo, e nem reconheceu sua derrota. O presidente tampouco comentou ainda os protestos de seus apoiadores que bloqueiam rodovias.
Na noite de segunda (31), Moraes determinou que forças policiais tomem todas as medidas necessárias para desobstruir rodovias bloqueadas por protestos em contestação à vitória eleitoral de Lula. Ele foi acompanhado em sua decisão por outros seis ministros da corte em julgamento no plenário virtual.
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