México e Estados Unidos entraram em um acordo nesta segunda-feira (3) para suspender por um mês as tarifas de 25% sobre as importações mexicanas. O acordo veio após uma conversa entre o presidente americano Donald Trump e a presidente do México, Claudia Sheinbaum.
“As tarifas foram suspensas por um mês a partir de agora”, afirmou Claudia em uma postagem no X. O peso mexicano se valorizou 0,8% após esses comentários.
Trump também confirmou as informações com uma postagem nas redes sociais, acrescentando que aguarda novas rodadas de negociação “enquanto tentamos chegar a um acordo entre nossos dois países.”
A contrapartida oferecida pelo México foi um compromisso de reforçar a fronteira norte com 10 mil integrantes da Guarda Nacional de forma imediata para evitar o tráfico de drogas do México para os EUA, especialmente de fentanil.
Já o governo americano se comprometeu a trabalhar para evitar o tráfico de armas de alto poder para o México.
Guerra comercial
No sábado (1º), o presidente americano Donald Trump assinou ordens executivas para impor novas tarifas. No caso do México, foi definida a alíquota de 25% sobre todos os produtos importados.
Para o Canadá, a alíquota de 25% vale para todos os produtos, com exceção dos produtos do setor de energia, como petróleo e gás, já que os EUA são fortemente dependentes desses recursos canadenses.
Para a China, a regra é de 10% em tarifas adicionais. Ou seja, as tarifas que já existiam anteriormente para setores específicos (algumas criadas no primeiro governo Trump e outras, no governo do democrata Joe Biden), continuam valendo.
Diante disso, Claudia Sheinbaum ameaçou os Estados Unidos com medidas retaliatórias tarifárias e não tarifárias contra os Estados Unidos, e pediu que seu alto escalão partisse para um Plano B.
Também no sábado, o Canadá anunciou tarifas retaliatórias de 25% para todos os produtos que importa dos Estados Unidos. Uma parte delas entrará em vigor na terça, e as demais começarão a valer em três semanas — o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, afirmou que o período serviria para que os empresários do Canadá tivessem tempo de achar alternativas.
Já a China afirmou, neste domingo, que vai denunciar os EUA na Organização Mundial do Comércio (OMC) pelo que considerou uma “violação grave” das regras internacionais de comércio, e que “tomará medidas de contração correspondentes para defender firmemente seus próprios direitos e interesses”, sem entrar em detalhes.
Impacto de US$ 1,3 trilhão por ano
As novas tarifas impactam diretamente pelo menos US$ 1,320 trilhão em importação pelos Estados Unidos dos três países. Trata-se do total de produtos que entraram nos EUA em 2023, segundo um levantamento do InvestNews feito com dados do Censo dos Estados Unidos.
Entre janeiro e novembro de 2024, as importações já somaram US$ 1,245 trilhão, de acordo com os dados mais recentes, com a média mensal dos 11 meses do ano passado indicando alta na comparação com o ritmo registrado um ano antes para México e China, e uma ligeira queda em relação ao Canadá.
Em todos os casos, os EUA costumam registrar déficit na balança comercial (ou seja, eles importam dos parceiros mais do que exportam):