O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, não tem pressa para começar a cortar os juros da maior economia do mundo. Em evento organizado pelo Fed de São Francisco nesta Sexta-feira Santa, o chefe do Fed explicou que o andor exige cautela. O santo é frágil, como se sabe.
“Se cortarmos cedo demais”, pontuou ele, “podemos provocar um repique da inflação e não queremos isso”. Na sequência, ponderou que “por outro lado, esperar demais pode trazer riscos à atividade econômica.
Para Powell, o nível atual de juros nos Estados Unidos – entre 5,25% e 5,5% – está adequado e deixa a autoridade monetária confortável para esperar mais um pouco. Neste tom já há uns meses, o Fed monitora a robustez da atividade econômica dos EUA, como revelam indicadores recentes. O próprio Powell disse hoje que não vê a possibilidade de uma recessão nos Estados Unidos.
Há ainda o arrefecimento da inflação, que perdeu força. Hoje mesmo soube-se que o núcleo do índice PCE de fevereiro subiu 2,8% em termos anuais, e isso depois de uma alta de 2,9% em janeiro. Powell comentou o PCE e disse que as leituras estão alinhadas às expectativas do FOMC. O alvo é colocar esse número na meta dos 2%.
Está melhorando, mas bem aos pouquinhos.
Além disso, o mercado de trabalho americano segue aquecido e Powell espera ter “um pouco mais de confiança de que a inflação está diminuindo antes de darmos o importante passo de cortar as taxas”. Dias atrás, autoridades do Fed mantiveram a perspectiva de três cortes de juros em 2024 e boa parte do mercado espera que o primeiro ocorra em junho.
O presidente do Fed tem confiança de que está na rota correta, mas lembrou aos funcionários da autoridade monetária que a desinflação é um “caminho às vezes acidentado”.
Investidores e gestores têm alguns dias para digerir a mensagem pascal. As bolsas só reabrem na segunda-feira.
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