O Produto Interno Bruto (PIB) subiu 0,1% no 3º trimestre deste ano em relação ao trimestre anterior, na série com ajuste sazonal, segundo divulgou nesta terça-feira (05) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A projeção consensual era de uma retração de 0,2%. Em valores correntes, o PIB do período totalizou R$ 2,741 trilhões.
Em comparação com igual trimestre de 2022, o PIB cresceu 2%.
No acumulado nos quatro trimestres até setembro deste ano, o PIB cresceu 3,1%, frente aos quatro trimestres imediatamente anteriores.
Já o acumulado do ano registrou crescimento de 3,2% frente ao mesmo período de 2022. Nessa comparação, os setores de agropecuária (18,1%), indústria (1,2%) e serviços (2,6%) ficaram no campo positivo. Quanto a serviços, atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados tiveram alta de 7%.
A variação no 3º trimestre
O setor de serviços e indústria avançaram 0,6%, enquanto agropecuária recuou 3,3%. Segundo o economista, Andre Perfeito, a queda do agro não pode ser considerado uma queda de fato, uma vez que na comparação anual o setor sobe de forma “robusta”.
“A surpresa ficou pelo comportamento melhor que o esperado para serviços e indústria que tem peso maior no valor adicionado ao PIB (agropecuária adiciona pouco valor em si, mas movimenta cadeias longas nos serviços e indústria)”, aponta Perfeito.
Segundo o IBGE, no setor de serviços, a variação positiva foi puxada por atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (1,3%), atividades imobiliárias (1,3%), informação e comunicação (1%), outras atividades de serviços (0,5%), administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,4%) e comércio (0,3%). Por outro lado, a atividade de transporte, armazenagem e correio recuou 0,9%.
Quanto as atividades industriais, as variações foram positivas em indústrias extrativas (0,1%) e das indústrias de transformação (0,1%). Já a atividade de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos cresceu 3,6% e a construção recuou 3,8%.
Ainda segundo o Instituto, pela ótica da despesa, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBFC) caiu 2,5% frente ao trimestre anterior.
A despesa de consumo das famílias subiu 1,1% puxado por auxílios governamentais e melhora no mercado de trabalho, segundo o IBGE. Já a despesa de consumo do governo variou 0,5%. Sobre este último, o economista aponta que o consumo do governo avança, “mas numa velocidade menor que no último trimestre”.
De olho no setor externo, enquanto as exportações de bens e serviços avançaram 3% no período, as importações de bens e serviços recuaram 2,1% em relação ao 2º trimestre do ano. E o dado chama a atenção. a comparação anual as importações caem 6,14% enquanto as exportações sobem 9,99%.
O resultado benigno do PIB reitera nosso cenário de alta de 3% (pelo menos) esse ano e de 2% o ano que vem.
andre perfeito, economista
O economista aponta que o otimismo se dá pelo setor externo mais forte que o inicialmente projetado, além do aumento da massa salarial real e dos efeitos defasados da queda dos juros.
“Provavelmente devemos ver uma melhora no investimento nos próximos trimestres em especial por conta de uma base de comparação muito baixa”, reitera.
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