O preço de energia elétrica no mercado brasileiro do curto prazo descolou em julho do piso regulatório de R$ 55,70 por megawatt-hora, no qual se mantinha desde fevereiro, em função de uma piora da hidrologia sobretudo na região Sul, segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
O chamado Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) vem registrando ligeira alta neste mês, tendo alcançado média diária de R$ 69,56 por megawatt-hora no submercado sudeste/centro-oeste na segunda-feira (18).
Segundo o gerente de preços da CCEE, Humberto Alencar, o aumento do PLD reflete principalmente as menores vazões no sul, região que apresentava valores acima da média histórica desde abril.
“Atualmente a meteorologia vem indicando a permanência do cenário de La Niña para os próximos meses, o que acaba não contribuindo para as precipitações na região Sul”, disse, em nota.
Na sexta-feira passada, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) ajustou sua previsão para as chuvas em reservatórios de usinas hidrelétricas da região Sul em julho, passando a estimar o equivalente a 88% da média histórica, ante 114% esperados na semana anterior.
Ainda assim, os reservatórios de hidrelétricas do Brasil continuam em condições muito mais favoráveis do que as registradas em 2021, quando o país enfrentou uma crise hídrica que impactou a geração hidrelétrica, levando à disparada dos custos com energia elétrica.
Costa observa que os níveis de armazenamento do Sistema Interligado Nacional (SIN) devem chegar a 44% ao final de novembro, quando costuma ter início o período chuvoso.
Para o sudeste/centro-oeste, o principal submercado do país, o nível de 38% representa para essa época o melhor valor observado desde 2013, acrescentou.
Para o preço de curto prazo, a expectativa é de permanência em valores ligeiramente acima do piso regulatório no próximo mês.
“Mas dentre os cenários que estamos simulando, observamos uma tendência de retorno ao piso a partir de setembro e nos demais meses deste ano”, afirmou.
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