Segundo Williams, a próxima decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) sobre juros, prevista para dezembro, será “um exercício de equilíbrio”. As declarações foram dadas em entrevista ao Financial Times.
“A inflação ainda está alta e não dá sinais de desaceleração neste momento”, disse ele. “Mas a economia dos Estados Unidos continua demonstrando alguma resiliência.”
Classe média sob pressão
Apesar dos bons indicadores macroeconômicos, Williams reconheceu que muitos americanos estão enfrentando dificuldades com o custo da moradia e outras despesas básicas.
“Há evidências de que as famílias de baixa e média renda estão encontrando limitações do ponto de vista de acessibilidade”, afirmou.
O dirigente alertou que essa situação representa risco para a confiança do consumidor e para o consumo, principais motores da economia americana.
“Muitas pessoas estão vivendo mês a mês, e isso naturalmente pesa sobre o gasto das famílias”, observou.
Taxa de juros, IA e riscos de bolha
Williams também considerou equivocadas as sugestões sobre mudar o mecanismo de definição da taxa básica de juros do Fed, defendendo a estrutura atual de política monetária.
O dirigente reconheceu que o otimismo em torno dos ganhos de produtividade com a inteligência artificial (IA) tem sustentado o bom desempenho dos mercados financeiros. No entanto, ele alertou para o risco de excesso de investimento e formação de uma bolha nas ações.
“O entusiasmo com a IA está alimentando o mercado, mas é preciso cuidado para evitar distorções e exageros”, afirmou.