Economia

PLOA 2022 prevê déficit primário de R$ 49,6 bi, PIB de 2,51% e inflação de 3,50%

O Projeto de Lei Orçamentária do ano que vem foi apresentado na tarde desta terça-feira pelo Ministério da Economia.

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O Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) de 2022 apresentado no período da tarde desta terça-feira (31) pelo Ministério da Economia considera que o Governo Central registrará déficit primário de R$ 49,6 bilhões no ano que vem, estima que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano será de 2,51% e que inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) será de 3,50%.

Na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2022, estava projetado um déficit de R$ 170,5 bilhões para o próximo ano. Já para o PIB, a previsão da LDO era de R$ 2,50%.  

Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), a estimativa é de 3,42%, ante 3,50% na LDO de abril. Já para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) de 2022, a previsão é de 4,72% na proposta de Orçamento, ante 3,57% previsto na LDO.

A estimativa da equipe econômica para a taxa Selic média em 2022 é de 6,63% ao ano, ante 4,72% na LDO. O PLOA também traz a projeção de um câmbio médio de R$ 5,15, mesmo valor da LDO.

Para o preço médio do barril de petróleo no próximo ano, a previsão é de US$ 70,03, ante estimativa anterior de US$ 60,95.

Redução da previsão de déficit primário

A revisão para cima das estimativas de arrecadação no próximo ano fez a equipe econômica diminuir a estimativa de déficit primário para 2022.

A proposta do Orçamento fixa que as estatais federais deverão encerrar 2021 com déficit primário de R$ 2,6 bilhões e que os estados e os municípios também deverão obter déficit primário de R$ 2,6 bilhões no próximo ano. O déficit primário representa o resultado negativo das contas do governo desconsiderando o pagamento dos juros da dívida pública.

Pandemia

Este será o nono ano seguido em que a União gastará mais do que arrecadará. Desde 2014, o setor público registra déficits primários. O Orçamento de 2021 originalmente estipulava que o Governo Central tinha a obrigação de encerrar o ano com déficit de R$ 247,1 bilhões, os estados e os municípios teriam de fechar o ano com superávit de R$ 200 milhões, e as estatais federais teriam de obter déficit de R$ 4 bilhões.

No entanto, a recuperação da economia, com a arrecadação batendo recorde por meses seguidos, e a não repetição de gastos relacionados ao enfrentamento da pandemia de covid-19 fizeram o governo rever as projeções e estipular déficit menor que a meta para este ano. O governo projeta que a União fechará este ano com déficit de R$ 155,1 bilhões, o equivalente a 1,8% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e dos serviços produzidos), e que os estados e os municípios terão superávit de R$ 29,3 bilhões (0,3% do PIB).

A redução da estimativa de déficit primário foi provocada pela revisão para cima das receitas para o próximo ano. A proposta do Orçamento de 2022 prevê receitas líquidas de R$ 1,959 trilhão, alta de R$ 186,3 bilhões em relação ao valor estipulado na LDO. As despesas foram calculadas em R$ 1,646 trilhão, com alta de R$ 25,5 bilhões na mesma comparação.

Regra de ouro

A proposta para o Orçamento de 2022 prevê que a insuficiência da regra de ouro – espécie de teto para a dívida pública – totalizará R$ 105,4 bilhões no próximo ano. O governo terá de pedir autorização ao Congresso para financiar gastos correntes por meio da emissão de títulos da dívida pública.

Em 2021, a insuficiência da regra de ouro originalmente estava em R$ 453,72 bilhões. No entanto, tinha caído para R$ 98,43 bilhões no fim de julho por causa da devolução de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do aporte do superávit de fundos financeiros do governo, determinado pela emenda constitucional que introduziu o novo marco fiscal.

Instituída pelo Artigo 167 da Constituição de 1988, a regra de ouro determina que o governo não pode endividar-se para financiar gastos correntes (como a manutenção da máquina pública), apenas para despesas de capital (como investimento e amortização da dívida pública) ou para refinanciar a dívida pública.

Nos últimos anos, os sucessivos déficits fiscais têm posto em risco o cumprimento da norma, o que tem levado o Tesouro a buscar fontes de recursos para ter dinheiro em caixa e reduzir a necessidade de emissão de títulos públicos.

(*Com informações da Reuters e Agência Brasil)

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