Economia
5 fatos para hoje: Rússia multa Google; aporte da EDP; juros do BC e Fed
Google foi considerado culpado de cometer violações administrativas e multado em 4 milhões de rublos e 7 milhões de rublos em dois casos.
1 – Rússia multa Google por notícias “falsas” e conteúdo de extrema direita da Ucrânia-TASS
Um tribunal russo multou o Google, da Alphabet Inc. (GOGL34), em 11 milhões de rublos (US$ 137,7 mil) por não excluir o que chama de informações “falsas” sobre o conflito na Ucrânia e vídeos do YouTube produzidos por grupos de extrema direita ucranianos, relatou a agência de notícias russa TASS.
O órgão de regulação de comunicações da Rússia disse no início deste mês que estava tomando medidas para punir o Google por “espalhar conteúdo falso” no YouTube e já havia alertado a empresa dos EUA que seria multada se não cumprisse a determinação, parte de uma batalha mais ampla com empresas de tecnologia e de mídia estrangeiras para controlar os fluxos de informação.
O Google foi considerado culpado de cometer violações administrativas e multado em 4 milhões de rublos e 7 milhões de rublos em dois casos, disse o Tribunal Distrital de Tagansky de Moscou nesta quinta-feira.
O Google não respondeu imediatamente aos pedidos de comentários.
A TASS disse que as multas se referem ao que Moscou considera a distribuição de dados imprecisos sobre perdas de tropas russas e baixas civis na Ucrânia, bem como a distribuição de videoclipes no YouTube produzidos por grupos de extrema direita ucranianos, como o batalhão nacionalista Azov.
2 – EDP Brasil anuncia aporte para desenvolvimento da usina fotovoltaica Novo Oriente Solar
A EDP Energias do Brasil (ENBR3) anunciou nesta quarta-feira (20) que fará um co-investimento em partes iguais em conjunto com a EDP Renováveis (EDPR) na usina fotovoltaica Novo Oriente Solar, com capacidade instalada de 254 MWac.
A usina fica localizada em Ilha Solteira (SP), já está outorgada e tem previsão de início de operação em 2024. O projeto tem contrato de venda de energia (PPA) de 120 MWac.
“Este investimento reforça a orientação estratégica da EDP Brasil, que foi apresentada ao mercado no Plano Estratégico 2021-25, sendo o maior projeto de larga escala a fim de ampliar sua participação no segmento de geração solar.”
3 – Nos EUA, Campos Neto reforça intenção de voltar a elevar a Selic em 1 pp em maio
Em conversas com investidores nos Estados Unidos, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reforçou que o Comitê de Política Monetária (Copom) deverá promover um aumento de um ponto porcentual da Selic no encontro dos dias 3 e 4 de maio, a mesma magnitude escolhida pelo colegiado para a reunião passada. Atualmente, a taxa básica de juros está em 11,75% ao ano.
A informação consta do texto de apresentação do presidente divulgado nesta quinta-feira (21) pelo Banco Central. Neste momento, Campos Neto faz palestra organizada pelo Bank of America, em Washington. Amanhã pela manhã, ele tem outra reunião com investidores, organizada pela XP Investimentos, também em Washington. De acordo com a assessoria de imprensa do BC, a mesma apresentação será usada nas duas ocasiões. Os eventos ocorrem às margens do encontro de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e são fechadas à imprensa.
Conforme já adiantou em outros documentos oficiais do BC, o presidente da instituição explicou que o Comitê julga que a decisão de continuar a aumentar a Selic “reflete a incerteza em torno de seus cenários de inflação prospectiva, variação acima do normal no balanço de riscos e é consistente com a convergência da inflação para sua meta em todo o horizonte relevante da política monetária, que inclui 2022 e, principalmente, 2023”. Diante das projeções de inflação do BC e do risco de desancoragem das expectativas de longo prazo, é “apropriado continuar avançando significativamente no processo de aperto monetário para um território ainda mais restritivo”.
Campos Neto acrescentou que o momento exige serenidade para avaliar o tamanho e a duração dos choques atuais. “Se os choques se mostrarem mais persistentes ou maiores do que o previsto, o Comitê estará pronto para ajustar o tamanho do ciclo de aperto monetário”, avisou, acrescentando que o Copom persistirá em sua estratégia até que o processo de desinflação e a expectativa ancorada em torno de suas metas se consolidem.
Na apresentação, consta também que o presidente do BC comentou sobre o apoio dos governos durante a pandemia de coronavírus e o atual processo de aperto monetário em todo o globo. Ele salientou que a alta dos preços tem ocorrido de forma generalizada, tanto nas economias emergentes quanto nas avançadas.
Campos Neto também falou sobre o aumento da demanda por energia e salientou que os investimentos na área de petróleo e metais se mantêm em níveis baixos. O presidente do BC dedicou espaço ao impacto da inflação verde e ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Segundo o documento, o embate tomou proporções muito maiores do que o imaginado inicialmente e que se trata da primeira guerra com o uso intensivo das redes sociais. Uma das consequências da invasão no Leste Europeu, segundo ele, é mais pressão ainda sobre o mercado de energia não apenas no curto como também no médio e longo prazos.
Um dos slides da apresentação é dedicado ao mercado de fertilizantes no Brasil. Campos Neto destacou que o País é altamente dependente da importação deste tipo de produto e que a situação se agrava com a situação entre a Rússia e a Ucrânia.
O presidente do BC destacou ainda as projeções para o crescimento e a inflação do País, apresentou um quadro sobre a situação do mercado de trabalho, outro sobre o comportamento do câmbio e, sobre a questão fiscal, enfatizou que houve crescimento das receitas em 2021. “O bom desempenho fiscal continua em 2022, o que favorece a expectativa de um bom resultado fiscal primário”, previu. Ao final da apresentação, Campos Neto traçou um panorama sobre a Agenda BC#, a agenda de tecnologia do Banco.
4 – Powell, do Fed: aumento de 0,50 p.p. da taxa está “na mesa” para reunião de maio
Um aumento de 0,50 ponto percentual na taxa de juros estará “na mesa” quando o Federal Reserve se reunir em 3 e 4 de maio para aprovar a próxima de o que se espera que seja uma série de altas de juros neste ano, disse o presidente do banco central dos EUA, Jerome Powell, em comentários que apontavam para um conjunto agressivo de ações do Fed.
Com a inflação atingindo cerca de três vezes a meta de 2% do Fed, “é apropriado avançar um pouco mais rapidamente”, disse Powell em uma discussão sobre a economia global nas reuniões do Fundo Monetário Internacional. “Cinquenta pontos básicos estarão na mesa para a reunião de maio.”
O presidente do Fed também disse sentir que os investidores que atualmente antecipam uma série de aumentos de meio ponto estão “reagindo adequadamente, em geral” à luta emergente do Fed contra o aumento dos preços.
Os traders de contratos vinculados à taxa de fundos federais overnight esperam que o Fed a aumente para um intervalo entre 2,75% e 3% até o final do ano, um ritmo que envolveria aumentos de 0,50 ponto percentual nas três próximas reuniões e aumentos de 0,25 ponto nas três outras sessões do ano.
“Realmente estamos comprometidos em usar nossas ferramentas para recuperar a inflação”, disse Powell, reconhecendo que a esperança do Fed de que a inflação diminua durante a reabertura da pandemia foi equivocada até agora –a ponto de o Fed não contar mais com a ajuda da melhora das cadeias de suprimentos globais, por exemplo.
“Tínhamos uma expectativa de que a inflação atingiria o pico por volta dessa época e cairia ao longo do resto do ano e depois mais”, disse Powell. “Essas expectativas foram decepcionadas no passado. Queremos ver o progresso real… Não vamos contar com a ajuda da cura do lado da oferta. Vamos aumentar as taxas e chegar rapidamente a níveis mais neutros, ” e depois mais alto, se necessário.
5 – Índia quer impulsionar importações de petróleo do Brasil, diz ministro indiano do Petróleo
A Índia, terceiro maior importador e consumidor de petróleo do mundo, está buscando impulsionar as compras de petróleo do Brasil, disse nesta quinta-feira (21) o ministro do Petróleo da Índia, Hardeep Singh Puri, após uma reunião com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
Atualmente a Índia importa do Brasil apenas uma fração de suas importações de petróleo.
“Expressamos ao ilustre ministro que estamos dispostos a aumentar o nosso petróleo (importado) do Brasil repetidas vezes”, disse Puri, acrescentando que as empresas indianas também estarão buscando impulsionar o investimento no país sul-americano.
As empresas estatais indianas Bharat Petroleum Corp e Oil and Natural Gas Corp têm feito investimentos no setor de exploração de gás e petróleo do Brasil.
A Índia quer importar petróleo do Brasil sob “contratos especiais de longo prazo”, informou um comunicado do governo divulgado após a reunião, sem dar mais detalhes.
O Brasil, que está aumentando sua produção de petróleo em 10% para 3,3 milhões de barris por dia, está disposto a atender a demanda indiana por petróleo, disse Albuquerque.
A Índia, que atende cerca de 84% de suas necessidades de petróleo por meio de importações, está procurando maneiras de reduzir suas despesas com o produto, o que inclui intensificar o uso de biocombustíveis.
Os varejistas estatais de combustível da Índia estão ampliando sua capacidade de armazenamento de etanol em 51%, diante de uma meta do país de dobrar a mistura do biocombustível com gasolina para 20% até 2025.
Puri disse que a Índia e o Brasil estão cooperando nas áreas de biocombustíveis e etanol.
A Unica, entidade que representa os produtores de açúcar e etanol no Brasil, assinou um memorando de entendimento com a Sociedade de Produtores Indianos de Veículos Automotivos para atuar nas áreas de etanol e tecnologia flex-fuel.
“Acreditamos que a Índia e o Brasil podem se unir para ajudar outros países que buscam aumentar o uso do etanol como combustível automotivo e desenvolver a tecnologia flex-fuel para reduzir a pegada de carbono”, disse Evandro Gussi, presidente-executivo da Unica.
A maior parte das importações e petróleo da Índia tem como origem o Oriente Médio e, em 2021, 9% das compras vieram da América Latina.
A Índia recentemente tinha aumentado suas compras de petróleo russo, disponível a preços mais baixos depois que algumas empresas e países evitaram o petróleo russo após as sanções ocidentais a Moscou por sua invasão da Ucrânia.
* Com informações da Reuters e Estadão Conteúdo
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