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De vinho a móveis: o que dá para comprar com criptomoedas?

Há lojas que oferecem descontos para o uso da modalidade.

Notas de rublo russo ao lado de representações de bitcoin 01/03/2022 REUTERS/Dado Ruvic/Ilustração

Se os investimentos em criptomoedas têm caído no gosto de investidores, por que não comprar produtos e serviços usando o meio de pagamento? Embora ainda seja algo incipiente no país, já é possível usar criptoativos para comprar, por exemplo, roupas, vinhos e imóveis, dentre outros produtos e serviços.

De acordo com o Coinmap, site que monitora a aceitação das criptos em todo mundo, no Brasil, 940 estabelecimentos aceitam pagamentos em moedas virtuais. No mundo todo, segundo o levantamento publicado no dia 6 de abril, já são 29.306.

Segundo informações do Mercado Bitocoin, no Brasil são realmente poucas as lojas que aceitam bitcoin, porque a maioria encaminha os clientes para um intermediário (gateway) que recebe as criptomoedas e envia o dinheiro de volta ao vendedor.

Lucas Cardealespecialista em criptoeconomia e CEO da Lunes, empresa brasileira de tecnologia blockchain que surgiu no ano de 2016,  diz que hoje os criptoativos são vistos, majoritariamente, como investimento, mas a aceitação no comércio é o primeiro passo para que eles se popularizem no Brasil. “A constante oscilação das cotações é um dos fatores que ainda impedem a disseminação do uso dos criptoativos”, afirmou.

Confira empresas que já oferecem a possibilidade de pagar com cripto:

Vinho

Nesta semana, o clube de assinatura de vinhos Wine passou a aceitar o Bitcoin como forma de pagamento. Na loja física ou online, basta acessar o aplicativo da empresa e escolher a criptomoeda na hora de pagar pelo produto. Depois é gerado um QR Code e o consumidor poderá efetuar a compra, processo semelhante ao PIX.

A operação foi desenvolvida em parceria com a Redecoin, fintech do grupo SCF Brazil. “Sabemos que os consumidores estão cada vez mais conectados e as criptomoedas já fazem parte do dia a dia de grande parte deles. Resolvemos investir nessa inovação para trazer uma experiência ainda mais completa para nossos sócios e clientes e também porque acreditamos que, em um futuro próximo, essa forma de pagamento será frequente”, destacou em nota Clayton Freire, diretor de tecnologia da Wine.

Clube de vinhos Wine passou a aceitar o Bitcoin como forma de pagamento/ Crédito: Wine

Imóveis

Em dezembro do ano passado, a construtora Even passou a aceitar Bitcoin e Ethereum para pagamento de imóveis, a partir de uma parceria com o Mercado Bitcoin. De acordo com a empresa, o limite de uso de cripto pode chegar até a 100% do valor total dos empreendimentos, mas o cliente não precisa pagar todo a quantia com moeda virtual. Ele pode compor a forma de pagamento com as criptomoedas e reais. Segundo a companhia, todos os empreendimentos da companhia estarão disponíveis para essa modalidade.

A iniciativa visa atender a demanda crescente desse mercado. “Queremos facilitar a vida dos nossos clientes e oferecer a possibilidade de pagamento ágil nesse tipo de moeda que tem crescido bastante ou em outras que venham a surgir”, disse em nota Marcelo Dzik, diretor executivo de incorporação da Even.

Também no setor imobiliário, a anyLife, especializada na gestão de apartamentos residenciais para proprietários através de sua plataforma de locação, passou a aceitar nesta semana o Bitcoin e outros criptoativos como meio de pagamento de aluguéis.

Roupas

Em dezembro de 2018, a empresa de moda Calvin Klein começou a aceitar Bitcoins como forma de pagamento em quatro de suas lojas físicas em São Paulo: Oscar Freire, Shopping Morumbi, e as lojas do Iguatemi São Paulo e Shopping JK Iguatemi. A marca foi uma das primeiras varejistas de moda a aceitar pagamentos de compras de qualquer valor em bitcoins no país.

Na prática, o sistema de pagamento é processado via Cloudwalk, plataforma de pagamentos, que cria uma ordem de venda dos Bitcoins dentro da Foxbit, que é uma empresa de câmbio de criptomoedas parceira. A loja não tem contato com os Bitcoins, que no momento da compra são vendidos a preço de mercado pela Foxbit. O dinheiro cai em até 24 horas na conta da Calvin Klein.

Vale a pena pagar com cripto?

Informações do Mercado Bitcoin apontam que ao usar cartão de crédito ou débito, os intermediários de pagamento ficam com uma fatia que pode chegar até 4% do valor da compra. Portanto, como forma de estimular a adoção da criptomoeda e evitar o pagamento de taxas, há lojas que oferecem descontos para quem usa a modalidade, o que pode ser vantajoso para o consumidor.

Na última terça-feira (19) foi adiada a votação do Projeto de Lei n° 3825/19, que visa estabelecer o marco regulatório do mercado cripto no país. Segundo informações da Agência Senado, o projeto define diretrizes regulatórias para nortear a regulamentação infralegal, a proteção e defesa do consumidor, o combate aos crimes financeiros e a transparência das operações.

O texto está alinhado com as recomendações do Grupo de Ação Financeira (GAFI), órgão intergovernamental de combate à lavagem de dinheiro. Em caso de aprovação, o projeto ainda precisa passar pela Câmara dos deputados.

Entretanto, vale lembrar que o Banco Central não regula, emite ou garante as moedas virtuais. Em seu site, o BC esclarece ainda que caso de utilização de moedas virtuais para compra e venda de bens ou de serviços, as partes assumem todo o risco associado.

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