Escolher o seguro mais adequado ao seu veículo e ao seu bolso está mais fácil. As novas regras nacionais para as apólices de seguros de automóveis já estão em vigor e tornam mais flexíveis os tipos de cobertura que podem ser oferecidos pelas seguradoras. O objetivo das mudanças, de acordo com a Superintendência de Seguros Privados (Susep), é ampliar o acesso da população aos seguros, por meio de produtos mais baratos, simples e diversificados.
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O seguro de carro é um dos produtos mais populares e conhecidos do mercado. Porém, menos de 20% dos automóveis brasileiros são segurados, segundo dados de 2019 da Susep e do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). E, quanto maior a idade da frota, menos protegida ela está, já que as pessoas dão prioridade aos carros mais novos ao decidir contratar um seguro.
O que muda nos seguros de carro?
Os novos critérios para operação dos seguros de automóveis no país estão na Circular 639 da Susep, em vigor desde 1º de setembro. Em vez dos tradicionais pacotes fechados que são oferecidos pelas companhias, o cliente poderá optar apenas pela proteção contra roubo ou colisão, por exemplo. Ou ter à disposição mais opções de oficinas, serviços e peças de reposição, de acordo com o quanto está disposto a desembolsar por mês ou ano.
“As mudanças propiciarão muitas oportunidades para o mercado e, principalmente, para os novos consumidores de seguros. Trata-se de oferecer maior acesso e possibilidade de escolhas”, diz a superintendente da Susep, Solange Vieira.
O líder de Consultoria em Seguros da EY, Nuno Vieira, considera o projeto positivo e que deve aquecer o mercado. “Não é apenas uma questão de tornar o seguro mais caro ou mais barato. O que a Susep fez foi flexibilizar um conjunto de regras para as seguradoras, para que elas possam oferecer produtos mais flexíveis e, assim, possibilitar maior acesso dos consumidores”, explica Vieira. “A flexibilização é importante e traz benefícios enormes para uma parcela de consumidores que não estava no sistema”, completa.
Segundo ele, as mudanças atingem principalmente as pessoas que não tinham seguros de seus carros, seja pelo preço ou por apólices muito complexas. Ou então aquelas que estão seguradas, mas que desejam uma cobertura mais simples e restrita ao que realmente é necessário. “Com a pandemia, as pessoas passaram a utilizar menos o carro. Logo, é conveniente pagar por um seguro tão caro e detalhado?”, ressalta Nuno.
Novos desafios para as seguradoras
A Circular da Susep traz novos desafios para as seguradoras, de acordo com o consultor, tais como: desenvolver estratégias para novas apólices, calcular os riscos para repassar os preços aos segurados e conquistar um cliente que hoje está fora do sistema. Isso vai exigir um grande trabalho estratégico junto aos corretores, que são o principal elo de ligação entre as companhias e os clientes.
“A Susep quer dar mais opções ao consumidor e as seguradoras devem acompanhar esse processo. A liberdade de escolha é uma tendência mundial, não apenas do mercado de seguros, mas de todos os segmentos”, completa Nuno Vieira.
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