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Economia

Taxas futuras de juros têm pouca alteração no Brasil após dados dos EUA e Powell

SÃO PAULO (Reuters) – As taxas dos principais contratos futuros de juros do Brasil tiveram pouca alteração nesta quarta-feira, em meio a fechamento da curva norte-americana após os mercados receberem bem um arrefecimento em dados de emprego dos Estados Unidos e comentários do chair do Federal Reserve, Jerome Powell.

A criação de vagas de trabalho no setor privado dos Estados Unidos ficou um pouco abaixo do esperado em fevereiro, mostrou mais cedo o Relatório Nacional de Emprego da ADP.

Foram abertos 140.000 postos de trabalho no setor privado no mês passado, depois da abertura de 111.000 postos em janeiro em dado revisado para cima. Economistas consultados pela Reuters previam abertura de 150.000 vagas para fevereiro.

Enquanto isso, dado separado mostrou que as vagas de emprego em aberto nos Estados Unidos caíram marginalmente em janeiro, enquanto as contratações diminuíram, sinal de que as condições do mercado de trabalho continuam a afrouxar gradualmente.

“Ambos vieram com criação de vagas abaixo do esperado, o que corrobora um pouco a tão esperada desaceleração da economia americana que o mercado aguarda para que o Fed tenha mais conforto em iniciar o corte de juros”, disse Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research, sobre os dados norte-americanos.

“Então a gente está vendo toda a curva de juros dos Treasuries arrefecendo, principalmente na ponta mais longa, e aqui no Brasil, nossa curva acompanha.”

As taxas dos principais contratos de DI chegaram a cair mais rapidamente no início da tarde, durante os comentários de Powell, mas logo o movimento foi perdendo força, em linha com o arrefecimento das perdas dos rendimentos norte-americanos no final do pregão.

Chefe do Fed, Powell disse em painel na Câmara dos Deputados dos EUA que reduções dos juros “provavelmente serão apropriadas” ainda este ano “se a economia evoluir conforme o esperado”. Por outro lado, ele também alertou que o progresso contínuo na redução da inflação “não está garantido”.

No fim da tarde a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 9,875%, ante 9,883% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 9,69%, ante 9,669% do ajuste anterior.

Já a taxa para janeiro de 2027 estava em 9,88%, ante 9,867%, enquanto a taxa para janeiro de 2028 estava em 10,13%, de 10,122% no dia anterior. O contrato para janeiro de 2031 marcava 10,54%, ante 10,544%.

Por volta de 16h30, o rendimento do Treasury de dez anos — referência global para decisões de investimento — caía 3 pontos base, a 4,106%, reduzindo as perdas ante as mínimas do dia.

Na véspera, após o fechamento dos mercados locais, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse que uma mudança no “guidance” da autoridade monetária, que atualmente projeta cortes de 0,5 ponto percentual na taxa Selic para as próximas reuniões, não necessariamente trará correlação com a taxa terminal do ciclo de redução da Selic.

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