O presidente norte-americano, Donald Trump, concordou em adiar por um mês as tarifas sobre alguns veículos fabricados na América do Norte após uma ligação com os CEOs da General Motors e da Ford e com o presidente da Stellantis, afirmou a Casa Branca nesta quarta-feira.
As montadoras pediram a Trump que renunciasse às tarifas de 25% sobre México e Canadá para veículos que estivessem em conformidade com as regras de origem do Acordo EUA-México-Canadá (USMCA) de 2020. A medida beneficiará montadoras dos EUA e outras fabricantes estrangeiras que estão em conformidade.
“Vamos dar uma isenção de um mês para qualquer automóvel que passe pelo USMCA… para que eles não fiquem em desvantagem”, disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, a repórteres. “As tarifas recíprocas ainda entrarão em vigor em 2 de abril.”
As montadoras têm oferecido um aumento dos investimentos automotivos nos EUA, mas querem ter certeza sobre as políticas tarifárias e ambientais, afirmaram fontes, notando que Trump pode impor tarifas adicionais em 2 de abril que poderiam impactar drasticamente a produção automotiva dos EUA.
A cadeia de suprimentos automotiva da América do Norte é fortemente integrada entre Estados Unidos, Canadá e México, e em vários estágios de fabricação as peças cruzam fronteiras, o que poderia expor as montadoras a múltiplas tarifas.
A CEO da GM, Mary Barra, o CEO da Ford, Jim Farley, junto com o presidente do conselho da Ford, Bill Ford, e o presidente da Stellantis, John Elkann, participaram da ligação na terça-feira.
As montadoras não quiseram comentar. A Stellantis disse a negociantes que está disposta a ampliar os investimentos nos EUA. As ações da Ford subiam quase 4% nesta quarta-feira, enquanto os papéis da GM tinham alta de 5%.
Limitar o alívio a veículos que estejam em conformidade pode prejudicar algumas montadoras estrangeiras que optaram por pagar a tarifa de 2,5% para exportar veículos do México para os EUA em vez de cumprir as regras de livre comércio da América do Norte.
Trump, em seu discurso no Congresso na terça-feira, disse que havia conversado com os principais executivos das três grandes montadoras de Detroit naquele dia e que as tarifas e outras políticas resultarão em maior crescimento e “permitirão que nossa indústria automobilística dispare”.
A Stellantis afirmou que precisa de tempo antes de realizar grandes mudanças.
“Estamos preparados para trabalhar com o governo Trump para apoiar mais investimentos em nossa presença industrial nos EUA, mas precisamos de tempo para fazer essas mudanças sem impactar negativamente os negócios e nossos clientes”, disse a Stellantis em um email visto pela Reuters.
As montadoras também apresentaram a ideia ao secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, em uma reunião virtual na semana passada.