O presidente americano Donald Trump formalizou na noite desta segunda-feira (10) a imposição de tarifas de 25% sobre as importações dos Estados Unidos de aço e alumínio com origem em todos os países.
As novas medidas cancelam isenções e cotas isentas de impostos para os principais fornecedores, Canadá, México, Brasil e outros países, o que pode aumentar o risco de uma guerra comercial em várias frentes.
Trump assinou proclamações que elevaram a taxa tarifária sobre as importações de alumínio para 25% em relação aos 10% anteriores que ele impôs em 2018 para ajudar o setor em dificuldades. Sua ação restabelece uma tarifa de 25% sobre milhões de toneladas de importações de aço e alumínio que estavam entrando nos EUA com isenção de impostos sob acordos de cotas, isenções e milhares de exclusões de produtos.
As proclamações foram extensões das tarifas de segurança nacional da Seção 232 de Trump em 2018 para proteger os fabricantes de aço e alumínio. Uma autoridade da Casa Branca disse que as isenções haviam corroído a eficácia dessas medidas.
Segundo noticiou o jornal The New York Times, Trump assinou duas proclamações oficiais sobre o assunto, que não preveem qualquer tipo de isenção. A fonte informou ainda que o presidente instruiu os funcionários que cuidam das fronteiras para que aumentem “dramaticamente” a fiscalização dessas importações.
Impacto no Brasil
Não é possível cravar o quanto as novas tarifas derrubariam nossas exportações para os EUA. Mas o Brasil é o segundo maior parceiro comercial americano nas exportações de aço, em especial os produtos semi-acabados de ferro e aço, como lingotes. Só em 2024 a receita brasileira com a venda de aço para o mercado americano foi US$ 6,2 bilhões, atrás apenas do Canadá.
O vizinho do norte dos EUA também é disparado o principal fornecedor de alumínio, seguido dos Emirados Árabes Unidos e da China. Nesse setor, o Brasil ocupa apenas a 17ª posição, com exportações na ordem de US$ 796 milhões no ano passado, segundo dados da Associação Brasileira do Alumínio (Abal).
A nova batalha tarifária encontrou o Brasil na balança comercial com os EUA mais equilibrada dos últimos 15 anos. Nosso déficit comercial foi de apenas US$ 253,3 milhões.
Isso quer dizer que, num cenário em que as novas tarifas façam as exportações de aço e alumínio do Brasil caírem 10%, o déficit aumentaria em US$ 700 milhões, o triplo do patamar atual.