Os comentários de Trump sobre o acordo firmado com a China na terça-feira (10) em Londres geraram novas perguntas sobre os termos do pacto. Os mercados reagiram com incerteza, com os futuros do S&P 500 recuperando levemente as perdas antes de cair novamente.

O plano tranquilizou os investidores, que temiam que as tensões recentes pudessem sair do controle e reacender uma guerra comercial aberta entre as duas maiores economias do mundo.

Ainda assim, os detalhes do acordo eram escassos ao final das negociações na noite de terça-feira (10), e Trump se apressou em preencher a lacuna.

“Quaisquer terras raras necessárias serão fornecidas pela China”, disse Trump em sua publicação. “Da mesma forma, forneceremos à China o que foi acordado. Vamos receber os estudantes chineses em nossas faculdades e universidades (o que sempre foi bom para mim!)”.

No âmbito do pacto, o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, disse que a China se comprometeu a acelerar os embarques de terras raras essenciais para as empresas americanas de automóveis e defesa, enquanto Washington flexibilizaria alguns de seus próprios controles de exportação. Os comentários de Trump, no entanto, indicam que ele acredita que Pequim teria que dar o primeiro passo.

O presidente Donald Trump afirmou que o acordo comercial com a China, com Pequim fornecendo terras raras e ímãs, foi concluído. Do lado dos EUA, o país vai permitir a entrada de estudantes chineses em suas faculdades e universidades. Segundo Trump, os EUA e a China manterão as tarifas em seus níveis atuais, mais baixos, após as negociações entre as duas nações. O presidente disse ainda que ele e o presidente chinês, Xi Jinping, ainda precisam assinar formalmente o acordo.

“Nosso acordo com a China está fechado, sujeito à aprovação final do presidente Xi e mim”, publicou Trump nas redes sociais. “Estamos recebendo um total de 55% em tarifas, e a China, 10%. O relacionamento é excelente!”, escreveu o presidente dos EUA.

Em uma publicação posterior, Trump disse que Xi e ele “trabalharão em conjunto para abrir a China ao comércio americano. “Isso seria uma grande vitória para ambos os países”, reforçou Trump.

Sua publicação sugeriu que a China pode ter que reiniciar os embarques de terras raras antes que os EUA concordem em reduzir os controles de exportação de tecnologias-chave. E seus comentários deixaram dúvidas sobre se Pequim conseguiria negociar tarifas ainda mais baixas.

O valor divulgado por Trump inclui uma tarifa básica de 10%, uma taxa de 20% vinculada à venda de fentanil e cerca de 25% de impostos pré-existentes de seu primeiro mandato, bem como taxas de nação mais favorecida, de acordo com um funcionário da Casa Branca — embora o total exato permaneça incerto.

O Ministério do Comércio da China não respondeu imediatamente aos pedidos de comentário.

Investidores

O acordo de Genebra incluiu uma pausa de 90 dias nas tarifas que ambos os países implementaram sobre as importações um do outro, o que equivalia a um embargo comercial de fato. Não está claro se esse prazo, que expira em agosto, permanece em vigor e se os dois lados poderiam usar o tempo para reduzir ainda mais os impostos de importação.

A recente rodada de discussões também fez pouco para resolver questões fundamentais, como o enorme superávit comercial da China com os EUA e a crença em Washington de que Pequim está praticando dumping em seus mercados.

O Representante Comercial dos EUA, Jamieson Greer, disse que não há novas reuniões agendadas, embora tenha observado que as partes conversam com frequência. O negociador-chefe comercial da China, Li Chenggang, adotou um tom semelhante, dizendo que “esperamos que o progresso que fizemos seja propício à construção de confiança”.