O ex-presidente Donald Trump está seguro após o que o Federal Bureau of Investigation (FBI) está chamando de uma suposta tentativa de assassinato na tarde deste domingo (15), em seu campo de golfe em West Palm Beach, Flórida.
De acordo com a Associated Press, uma declaração do FBI classificou o incidente como uma segunda tentativa contra a vida do candidato republicano nas eleições norte-americanas. Agentes do Serviço Secreto dos EUA abriram fogo após verem uma pessoa com uma arma de fogo perto do campo de golfe, diz a agência.
Um suspeito foi detido. De acordo com a AP, três autoridades o identificaram como sendo Ryan Wesley Routh. As fontes não quiseram se identificar por não terem autorização para comentar uma investigação em andamento.
De acordo com informações da CNN, o suspeito nasceu em 1966 e atualmente vivia no Havaí. Ele tem passagem pela polícia, com oito mandados de prisão, mas, segundo o canal de televisão, todos aparentemente por crimes leves.
Um porta-voz do FBI disse que o órgão assumiu as investigações sobre o incidente, pediu que as pessoas evitem a região do clube de golfe e abriu uma linha telefônica para receber informações do público que possam ajudar na apuração.
O diretor de comunicações da campanha de Trump, Steven Cheung, disse em um comunicado que o candidato presidencial republicano para 2024 “está seguro após tiros em sua vizinhança” e não forneceu mais detalhes.
JD Vance, vice-candidato à presidência dos EUA na chapa de Trump, afirmou, em uma publicação na internet, que conversou com o ex-presidente e que “ele está, incrivelmente, de bom humor”.
Até as 20h15 deste domingo, Trump ainda não havia se pronunciado publicamente sobre o ocorrido.
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Entenda o caso
Em entrevista coletiva realizada no fim da tarde deste domingo, o xerife do condado de Palm Beach, Ric Bradshaw, afirmou que, às 13h30 da tarde (14h30, no horário de Brasília), o Serviço Secreto ligou para a polícia para informar sobre tiros que haviam sido disparados.
Quem descobriu o suspeito, segundo ele, foi um dos agentes secretos que, por motivos de segurança, verifica cada etapa do circuito de golfe antes que o ex-presidente chegue até ela.
“Ele observou o cano do rifle passando pela cerca e imediatamente atirou no indivíduo, que fugiu”, disse Bradshaw. “Como estamos em contato direto com eles [Serviço Secreto], enviamos unidades para isolar a área imediatamente.”
No local, Bradshaw diz que os policiais conseguiram localizar uma testemunha que relatou ter visto um homem correndo de dentro de arbustos e entrando em um carro Nissan preto. A testemunha tirou foto do veículo, incluindo a placa. Com essa informação, as autoridades conseguiram identificar o veículo por meio dos leitores de placas nas vias da cidade.
“Nós identificamos o veículo indo em direção ao condado de Martin. Nós alertados o departamento do xerife do condado de Martin, eles avistaram o veículo, o interceptaram e detiveram o homem.”
Depois disso, Bradshaw disse que a testemunha confirmou que o homem era a mesma pessoa que ele viu saindo dos arbustos.
No local, os policiais encontraram um fuzil AK-47 com uma mira acoplada, duas mochilas com uma câmera GoPro.
Na hora do incidente, Trump “provavelmente” estava a uma distância de entre 275 e 450 metros do local, segundo Bradshaw. “Mas, com esse fuzil e mira, essa distância não é muito grande”, explicou o xerife.
Tiros durante comício em julho
Dois meses atrás, Trump foi ferido no ouvido por um atirador em um comício ao ar livre em Butler, Pensilvânia. Um participante foi morto e dois ficaram feridos na falha de segurança em 13 de julho.
Um atirador de elite protegendo Trump no comício então matou o atirador, identificado como Thomas Matthew Crooks, de 20 anos.
A ocorrência na Pensilvânia foi considerada a maior falha do serviço secreto americano em décadas e levou a diretora do serviço, Kimberly Cheatle, a pedir demissão.
O que dizem as autoridades
Neste domingo, o xerife do condado de Martin, Flórida, disse ao New York Times que seu departamento deteve o motorista de um veículo procurado pelo departamento do xerife do condado de Palm Beach por uma suposta conexão com o tiroteio.
O Serviço Secreto estava investigando “um incidente de proteção envolvendo” Trump, disse o porta-voz Anthony Guglielmi no X, anteriormente conhecido como Twitter.
Já Dave Aronberg, o procurador-geral da Flórida para o condado de Palm Beach, afirmou à AP que sua equipe já estava trabalhando no pedido de prisão preventiva do suspeito e que, a princípio, o caso será tratado em nível estadual, apesar de poder vir a se tornar um crime federal.
A Casa Branca disse que o presidente Joe Biden e a vice-presidente Kamala Harris foram informados “sobre o incidente de segurança no Trump International Golf Course, onde o ex-presidente Trump estava jogando golfe” e ficaram aliviados ao saber que ele está seguro.
Em um post no X, Harris, adversária de Trump na corrida eleitoral, afirmou que “a violência não tem lugar na América”.
Trump havia retornado à Flórida no fim de semana após uma viagem pela costa oeste, que incluiu um comício em Las Vegas e um evento de arrecadação de fundos.
O campo de golfe fica em frente ao Aeroporto Internacional de Palm Beach e perto do resort Mar-a-Lago de Trump, em West Palm Beach.
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