O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, planeja anunciar na próxima semana um novo pacote de tarifas recíprocas, sinalizando uma escalada significativa em sua guerra comercial com parceiros econômicos.

O anúncio foi feito durante encontro com o primeiro-ministro japonês Shigeru Ishiba nesta sexta-feira (7), mas Trump não especificou quais países serão alvos das medidas.

Anunciarei isso na semana que vem — sobre comércio recíproco — para que sejamos tratados igualmente com outros países. Não queremos nem mais nem menos ”

disse Trump a repórteres no Salão Oval, acrescentando que planejava realizar uma coletiva de imprensa sobre o assunto.

Trump também disse que tarifas direcionadas especificamente a automóveis estavam sendo consideradas. “Isso está sempre na mesa, é um grande negócio”, ele disse. “Temos que equalizar isso.”

A imposição de tarifas recíprocas tem sido uma das principais bandeiras de Trump e seus assessores. Durante a campanha presidencial, ele prometeu implementar uma legislação que permitiria aplicar a “exata mesma tarifa” a qualquer país que taxasse produtos americanos.

Trump tem criticado frequentemente as tarifas impostas por outros países sobre produtos dos EUA, defendendo a necessidade de um “acordo justo”. Ele já ameaçou impor novas taxas sobre aço importado, produtos farmacêuticos, petróleo e outros setores estratégicos.

Um dos alvos principais de suas críticas é o imposto sobre valor agregado da União Europeia, que tem uma alíquota mínima de 15%, podendo ser maior em alguns países. Em declaração a jornalistas na segunda-feira, Trump afirmou que essa taxa “está fora de controle”.

O presidente tem usado a ameaça de tarifas como instrumento de pressão em negociações sobre diversos temas, desde imigração ilegal e tráfico de fentanil até déficits comerciais.

No início do mês, Trump adiou tarifas de 25% sobre Canadá e México após os países fazerem promessas modestas sobre segurança na fronteira, levantando dúvidas sobre sua disposição de cumprir as ameaças. Com a China, ele impôs taxas de 10%, embora a Casa Branca indique que ele pretende dialogar com o presidente Xi Jinping.

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