Kamala Harris e Donald Trump estão empatados – cada um com 48% dos votos, pelas pesquisas mais recentes da NBC. Mas na Polymarket, uma bet americana que recebeu US$ 1,2 bilhão em apostas em outubro, a história é outra: o ex-presidente lidera com 62%, contra 38% da vice de Biden.
O avanço de Trump ali é recente. Até setembro, os dois estavam cabeça a cabeça ali também. Desde o início de outubro, porém, o Republicano começou a abrir vantagem.
Elon Musk, Trumpista fiel, chegou a postar no X, no dia 6 de outubro, que os sites de apostas “são mais certeiros que as pesquisas, já que existe dinheiro de verdade em jogo”.
Mas tudo indica que o movimento é artificial. Tudo começou com a injeção de US$ 30 milhões em apostas na vitória de Trump. O dinheiro veio de apenas quatro contas, e elas provavelmente pertencem à mesma pessoa – de acordo com uma investigação da Arkham Intelligence, companhia de análise de dados que examinou as contas.
Aí restam as hipóteses: ou temos um apostador particularmente arrojado, ou um apoiador de Trump com bolsos fundos, a fim de gastar US$ 30 milhões para criar um buzz em torno de seu candidato – o que deu certo, já que a alta de Trump no site de apostas bombou nas redes sociais (vide Elon) e na grande imprensa americana também.
É justamente por isso que apostas no resultado de eleições foram proibidas no Brasil.
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As leis que permitiram a proliferação de bets no Brasil, promulgadas em 2018 e em 2023, não deixavam claro se apostar no resultado de eleições era permitido ou não. E várias bets tinham essa modalidade.
Em setembro deste ano, porém, o STF deu um basta. Colocou no papel que esse tipo de aposta configura crime eleitoral.
Natural: um candidato rico o bastante poderia encher as maiores bets com apostas nele mesmo, transformando-se em favorito – e teríamos aí um caso de “abuso de poder econômico”.
Outro problema: o eleitor teria uma motivação financeira para votar nesse ou naquele candidato – por exemplo: dar seu voto para o líder das pesquisas para tentar uma “aposta segura”, sem fazer avaliação alguma sobre a pessoa para quem está dando seu voto. Uma distorção canhestra do próprio sistema eleitoral.
(com informações do Wall Street Journal)
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