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Economia

Vendas no varejo do Brasil voltam a crescer em fevereiro, mas pandemia pesa

Setor apresentou em fevereiro alta de 0,6% nas vendas em relação ao mês anterior.

Pessoas caminham em rua de comércio popular em São Paulo
Pessoas caminham em rua de comércio popular em São Paulo 15/12/2020 REUTERS/Amanda Perobelli

As vendas no varejo do Brasil voltaram a subir em fevereiro, após dois meses de perdas e impulsionadas pelo retorno às aulas, mas passam a enfrentar agora a piora da pandemia de Covid-19 e restrições cada vez mais rigorosas.

O setor apresentou em fevereiro alta de 0,6% nas vendas em relação ao mês anterior, depois de acumular perdas de 6,3% em dezembro e janeiro, meses em que foram impactadas pelo fim do auxílio emergencial fornecido pelo governo.

O resultado divulgado nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ficou em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters, e o varejo está agora 0,4% acima do patamar pré-pandemia de fevereiro de 2020.

Em relação a fevereiro de 2020, houve queda de 3,8%, contra expectativa de recuo de 3,9%.

O setor varejista do Brasil enfrenta agora o endurecimento das medidas de combate ao coronavírus no momento em que o país se torna o epicentro mundial da pandemia.

Desemprego e inflação em alta

O desemprego ainda elevado e a inflação alta somam-se aos obstáculos diante do comércio nacional.

“Em dezembro, o valor do auxílio diminuiu e, em janeiro, deixou de existir, e isso reduziu o consumo. Temos ainda impactando o varejo negativamente a inflação e outros fatores relacionados à pandemia, como as restrições locais ao desenvolvimento de algumas atividades”, explicou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.

Em fevereiro, quatro das oito atividades pesquisadas tiveram alta, com o maior crescimento sendo registrado por livros, jornais, revistas e papelaria, de 15,4%.

“Janeiro é um mês de contas extraordinárias, como IPTU e IPVA, então é comum um consumo menor no comércio. Já em fevereiro, temos a volta do orçamento mensal das famílias a uma maior normalidade e o retorno dos alunos às escolas, aquecendo as compras de material escolar”, disse Santos.

Entretanto, essa atividade teve queda de 41% na comparação com fevereiro de 2020, segundo o IBGE, pelo fato de muitas escolas públicas ainda não terem iniciado o novo ano letivo e porque muitas escolas não retomaram as aulas presenciais.

Categorias

Também apresentaram aumento das vendas em fevereiro e janeiro:

  • atividades de móveis e eletrodomésticos (9,3%)
  • tecidos, vestuário e calçados (7,8%)
  • hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,8%)

As perdas aconteceram em:

  • outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,5%)
  • combustíveis e lubrificantes (-0,4%)
  • equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-0,4%)
  • artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-0,2%)

No chamado comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e de material de construção, as vendas tiveram aumento em fevereiro de 4,1%, impulsionadas pela alta de 8,8% de veículos, motos, partes e peças.

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