A seguir, veja as mudanças do visto H-1B e saiba quais são as novas regras para entrevistas e checagem de redes sociais que aumentam a rigidez do processo para estudantes, intercambistas e trabalhadores estrangeiros.
O que é o visto H-1B?
O H-1B é um visto temporário para profissionais qualificados, com formação universitária ou especialização técnica, que desejam trabalhar nos Estados Unidos em ocupações que exigem esse tipo de qualificação. Empresas americanas patrocinam o visto, que costuma ter duração inicial de até três anos, renovável por mais três.
As principais mudanças anunciadas são as seguintes:
- Nova taxa de US$ 100.000 para novos pedidos submetidos depois de 21 de setembro de 2025;
- Não se aplica a renovações nem a quem já possui o visto ou petição aprovada;
- Governo estuda elevar salários mínimos exigidos (“prevailing wage”) e endurecer critérios de elegibilidade, dando preferência a quem tem doutorado ou formação avançada.
Checagem de redes sociais agora é obrigatória
Além do H-1B, uma das mudanças em vigor mais relevantes para estudantes, intercambistas e visitantes acadêmicos é a exigência de informar redes sociais na hora de tirar o visto. De acordo com comunicado oficial do Departamento de Estado dos EUA:
- Candidatos a vistos F, M e J devem declarar no formulário DS-160 todos os nomes de usuário usados nas redes sociais nos últimos cinco anos;
- As contas devem estar configuradas como públicas para que os oficiais consulares possam revisar o conteúdo;
- O objetivo declarado é reforçar a triagem de segurança e identificar possíveis vínculos com atividades ilegais ou hostis aos EUA.
Outras mudanças recentes de vistos para brasileiros
Confira outras mudanças recentes de vistos para brasileiros, de acordo com informações oficiais do Departamento de Estado dos EUA:
- Entrevistas consulares praticamente obrigatórias: desde 2 de setembro de 2025, o Departamento de Estado eliminou, na prática, a dispensa de entrevista para vistos não-imigrantes, regra que antes beneficiava crianças, idosos e renovantes;
- Limitações para permanência de estudantes e visitantes acadêmicos: o governo Trump propôs acabar com a prática de “duração do status” indefinida e substituir por períodos fixos atrelados ao curso ou programa, com prazos de extensão mais claros;
- Processo documental mais rigoroso: combinadas, as novas regras aumentam atrasos nos agendamentos e ampliam a lista de documentos exigidos para vistos de estudo, trabalho ou intercâmbio.
Consequências práticas para brasileiros
Para os brasileiros, as mudanças nos vistos trazem impactos concretos. Estudantes e intercambistas precisam revisar cuidadosamente o que postaram nas redes sociais e ajustar a privacidade antes de preencher o formulário DS-160, sob risco de atrasos ou problemas na análise.
De modo geral, o processo para estudar ou trabalhar nos Estados Unidos tende a se tornar mais caro e burocrático, e os pedidos podem demorar mais para serem processados, especialmente quando há checagens adicionais de segurança.
No caso de vistos de trabalho, como o H-1B, a taxa de US$ 100 mil deve reduzir o interesse das empresas em contratar estrangeiros, diminuindo oportunidades para profissionais brasileiros, especialmente nas áreas de tecnologia, engenharia e inteligência artificial, setores altamente dependentes de talento global.
Taxa de US$ 100 mil para visto H-1B ameaça gigantes indianas
O aumento explosivo no custo do visto H-1B imposto por Trump também ameaça projetos de empresas indianas de tecnologia nos EUA e força o primeiro-ministro Narendra Modi a lidar novamente com os efeitos das políticas de “America First”.
A ordem assinada pelo presidente na sexta-feira vai comprimir as margens das empresas indianas de terceirização que usam o programa para enviar engenheiros a clientes americanos. A medida é um golpe para o setor de serviços de TI da Índia, avaliado em US$ 280 bilhões e já afetado pelo crescimento fraco, pela retração nos gastos com tecnologia diante de tensões geopolíticas e pelas tarifas de Trump. Saiba mais.