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Carrefour abre ‘apuração interna’ após acusação de racismo no Atacadão

Em Curitiba, mulher negra afirma ter sido perseguida por segurança.

O Carrefour (CRFB3), dono da rede de hipermercados Atacadão, informou que abriu uma apuração interna sobre a acusação de racismo feita por uma cliente em uma unidade do Paraná. A empresa anunciou ainda que suspendeu o funcionário envolvido no incidente. 

O caso aconteceu na Sexta-feira Santa (7), quando uma mulher negra tirou a roupa e ficou apenas de calcinha e sutiã em uma loja da rede Atacadão em Curitiba. Em vídeo compartilhado nas redes sociais, ela relatou que foi perseguida por um segurança da unidade e, por isso, decidiu voltar e tirar a roupa para mostrar que não representava perigo e não iria roubar nenhum produto. 

Nesta segunda-feira (10), o episódio foi comentado em discurso pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Ele criticou o Carrefour e disse que, se a empresa quiser praticar racismo em seu país de origem, “que faça”, mas no Brasil “não vamos permitir”.

Mulher tira a roupa em uma unidade do Atacadão em Curitiba após relatar ter sido vítima de racismo na loja. (Imagem: Reprodução/redes sociais)
Mulher tira a roupa em uma unidade do Atacadão em Curitiba após relatar ter sido vítima de racismo na loja. (Imagem: Reprodução/redes sociais)

O que diz a empresa

Em nota, o Grupo Carrefour Brasil disse que “está completamente comprometido com uma total transparência e segue postura de tolerância zero contra qualquer tipo de racismo”.

“A companhia abriu apuração interna sobre o caso e suspendeu o funcionário indicado pela senhora Isabel durante esse período de investigação. Imagens internas das câmeras da loja serão disponibilizadas às autoridades”.

A empresa diz ainda que está “comprometida com uma extensa agenda antirracista”.

Outros casos

Um dia depois do caso de Curitiba, no sábado (8), o marido da jogadora da seleção feminina de vôlei Fabiana, Vinicius de Paula, disse nas redes sociais que foi vítima de racismo em uma unidade do Carrefour em Alphaville, em São Paulo.

Em novembro de 2020, o Carrefour foi alvo de uma onda de protestos em todo o país após a morte violenta de João Alberto Silveira Freitas, um homem negro de 40 anos, assassinado por seguranças no estacionamento da empresa no Rio Grande do Sul.

Em junho de 2021, o Carrefour assinou um termo de ajustamento de conduta (TAC) para destinar R$ 115 milhões a políticas de enfrentamento ao racismo, em decorrência da morte de João Alberto. Segundo o Ministério Público, foi o maior acordo voltado a políticas de reparação e igualdade racial no país. 

A empresa também já esteve envolvida em outros casos de violência que geraram repercussão negativa. Em agosto de 2020, em uma unidade do Carrefour Recife, o promotor de vendas Moisés Santos morreu após um infarto, e seu corpo foi coberto com guarda-sóis e caixas para que a loja continuasse funcionando.

Em maio de 2019, o Carrefour enfrentou um processo em São Paulo por controlar a ida dos funcionários ao banheiro utilizando catracas eletrônicas. E, em 2018, um cachorro foi brutalmente agredido com uma barra de metal e morto por um segurança do Carrefour em Osasco (SP). 

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