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Negócios

CEO da Aramco diz que transição energética está ‘visivelmente falhando’

Nasser lamentou a maneira como a indústria do petróleo tem sido retratada como a “inimigo número um” da transição.

O CEO da gigante de petróleo Saudi Aramco, Amin Nasser, disse que a transição energética global está “visivelmente falhando” em muitos aspectos, já que os defensores ignoram os impactos sobre os consumidores dependentes de combustíveis baratos e confiáveis.

Em comentários feitos nesta segunda-feira (18), no primeiro dia da conferência CERAWeek by S&P Global, em Houston, Nasser lamentou a maneira como a indústria do petróleo tem sido retratada como a “inimigo número um” da transição.

Nasser também previu que o pico da demanda mundial por petróleo não é provável “por algum tempo”, muito menos o marco de 2030 estabelecido por alguns decisores políticos e executivos. Ele prevê que a demanda por petróleo atingirá um recorde durante o segundo semestre deste ano, com um potencial de crescimento significativo nos países em desenvolvimento.

A energia solar e eólica fornecem menos de 4% do suprimento mundial de energia, de forma combinada, e a penetração de veículos elétricos é inferior a 3%, segundo Nasser. Por outro lado, o gás natural ainda é uma base sólida, com a demanda crescendo cerca de 70% desde o início do século.

Sem subsídios do governo, os veículos elétricos são até 50% mais caros do que os carros a combustão interna, acrescentou. “Eles não podem ser subsidiados para sempre”, disse ele.

Formador de mercado

Além da fala de Nasser, a Arábia Saudita autorizou o Merrill Lynch KSA a realizar atividades de formador de mercado das ações da Aramco, que realizou, em 2019, o maior IPO (oferta pública de ações) de todos os tempos. Com isso, o Merril foi o primeiro banco internacional a se envolver nesse tipo de operação no país.

A bolsa aprovou o pedido do banco, com efeito a partir de 19 de março, de acordo com um comunicado. Os formadores de mercado ajudam a fornecer liquidez para as ações listadas.

A decisão ocorre enquanto a Arábia Saudita avança com uma venda secundária de ações da maior produtora de petróleo do mundo.

Os sauditas planejam contratar o JPMorgan Chase & Co. como um dos principais subscritores da oferta da Aramco, com o Bank of America Corp. e o Morgan Stanley também concorrendo para papéis principais no negócio, segundo a Bloomberg News.

A oferta poderia arrecadar até US$ 20 bilhões, tornando-se um dos maiores negócios do tipo nos últimos anos.

Os bancos de investimento locais Riyad Capital e SNB Capital já haviam recebido aprovação do regulador saudita para realizar atividades de formação de mercado nas ações da Aramco.

*Com informações da Bloomberg

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