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Finanças

3R Petroleum faz aumento de capital para reduzir alavancagem; ação despenca

A companhia disse que os recursos levantados serão direcionados para aumentar a posição de caixa, otimizar a estrutura de capital e reduzir alavancagem.

A 3R Petroleum (RRRP3) comunicou ao mercado que aprovou aumento de capital social da companhia, dentro do limite do capital autorizado, mediante subscrição de novas ações. A companhia disse que os recursos levantados serão direcionados para aumentar a posição de caixa, otimizar a estrutura de capital, reduzir alavancagem, e fazer frente às despesas e aos investimentos em bens de capital (CAPEX) da companhia.

Nesta segunda-feira (17), a ação fechou em forte queda de 15,70%, negociada a R$ 27,71.

A petroleira realizou um evento virtual pela manhã com investidores para explicar em detalhes o aumento de capital. O diretor financeiro da 3R Petroleum, Rodrigo Pizarro, afirmou que a empresa precisava de recursos para concluir a aquisição do Polo Potiguar da Petrobras (PETR3 e PETR4), uma vez que o cenário de captação de dívidas segue “caro”.

Os números

Petróleo (Foto: drpepperscott230/Pixabay)
Petróleo (Foto: drpepperscott230/Pixabay)

Sobre as informações do aumento de capital, a companhia divulgou em fato relevante que o valor, dentro do limite do seu capital autorizado, será de, no máximo, R$ 899,999 milhões e emissão particular de 36.809.815 ações ordinárias. Já o capital mínimo levantado será de R$ 600 milhões, com a emissão particular de 24.539.878 ações ordinárias.

Considerando o valor do aumento de capital máximo, o novo capital social da companhia será de R$ 5,054 bilhões, dividido em 239.897.447 ações ordinárias.

“Na hipótese de que apenas seja subscrito o valor do aumento de capital mínimo, o novo
capital social da companhia será de R$ 4.754.405.619,62, dividido em 227.627.510 ações ordinárias”, segundo fato relevante publicado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Comentários

Segundo os analistas do Itaú BBA, o anúncio pegou o mercado desprevenido, uma vez que não era esperado que a 3R tivesse necessidade de capital no curto prazo, “visto que a empresa já havia finalizado a captação de recursos para pagar o fechamento da aquisição da Potiguar”.

Em outubro do ano passado, a companhia anunciou a emissão no montante de U$ 500 milhões em debêntures para financiar a aquisição.

Os analistas reiteram que o capital a ser levantado e a alta nos preços do petróleo devem fornecer todo o dinheiro que a empresa precisa no curto prazo, levando a 3R a encerrar o ano com uma dívida líquida “confortável” – mesmo após o pagamento para o cluster Potiguar, conjunto de 22 campos produtores, além de toda a infra-estrutura dos sistemas dutovitários para a operação.

“Acreditamos que atualmente não está claro para a maioria do mercado se a empresa precisa realmente de capital, considerando sua curva de produção e alocação planejada de capital. Isso poderia levantar preocupações entre investidores, dada a combinação de um preço de emissão significativamente reduzido e pouca visibilidade sobre o que pode desencadear a decisão”.

analistas do Itaú BBA

Já o pesquisador e especialista em investimentos Felipe Pontes ressaltou que “essa operação [de aumento de capital] já estava para sair há tempos, diferente do que muita gente tem comentado ter sido surpresa. A surpresa talvez seja um pouco na forma como ela será realizada”, disse.

Os acionistas atuais terão a preferência e poderão negociar o direito na B3 se não quiserem participar. Se os acionistas não subscreverem as ações no aumento de capital, a diluição potencial será de 10,8% a 15,3%, dependendo do número de papéis emitidos, segundo explica Fabrício Gonçalvez, CEO da BOX Asset Management. Além disso, como a companhia já tinha assegurado financiamentos para aquisições neste ano, era esperado a reação negativa do mercado, reiterou o especialista.

Para Hugo Queiroz, analista na L4 Capital, esse efeito de baixa nos papeis é uma correção da diluição, o que não muda a tese de 3R Petroleum, uma vez que “a tese de crescimento está mantida, a companhia tem estrutura de capital adequada, o cenário de comodities é positivo, e os custos da operação devem ficar mais baixos daqui em diante”. Por isso, o analista recomenda ao investidor que faça aporte e mantenha a sua posição na petroleira.

“A empresa está negociando até 3,5 vezes o Ebitda, o que é um valuation atrativo abaixo das juniors internacionais. É mais caro do que Petrobras, mas isso é devido a governança e seus riscos”.

Hugo Queiroz, analista na L4 Capital

Eduardo Nishio, head de research da Genial, destacou em relatório mais cedo que “a empresa anuncia uma capitalização com desconto expressivo em preço de tela em meio a um momento de grandes incertezas“. “Vamos passar o dia tentando conversar com a empresa e escrever uma relatório mais completo sobre o tema”, informou.

  • Confira ações da Petrobras (PETR4)

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