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Finanças

Selic a 3,75%: 5 investimentos que ainda ganham da inflação

Ficou difícil, mas não impossível, encontrar produtos de renda fixa que fazem seu dinheiro render mais. A solução está em ficar de olho nas taxas, prazos e imposto nas aplicações disponíveis no mercado.

investimentos

São Paulo – Seguindo os passos de outros mercados, o Banco Central anunciou uma redução de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros nesta segunda-feira (16), como um dos remédios para tentar frear os estragos da pandemia do coronavírus no Brasil. 

Com isso, a Selic passou de 4,25% ao ano para 3,75% ao ano, renovando seu menor nível histórico desde 1999, quando passou a valer o regime de metas de inflação.

Foi a segunda redução da taxa em 2020 e o sexto corte seguido. O último aconteceu no começo de fevereiro, quando o Copom (Comitê de Política Monetária) promoveu um corte de 0,25 ponto percentual.

Com a Taxa Selic a 3,75% ao ano, o juro real das aplicações atreladas ao CDI (levando em conta a inflação prevista) cai para 0,53%. Em outras palavras, ficou mais difícil obter retornos que protegem contra a inflação na renda fixa. Estas são as principais referências para ficar de olho com a atual Selic:

  • CDI: 3,65% ao ano
  • Poupança: 2,62% ao ano
  • IPCA (projetado para 2020): 3,10% (Focus)
  • Juro real: 0,53%

Mas ainda existem produtos que oferecem uma rentabilidade real positiva. A diferença é que, agora, é ainda mais importante prestar atenção não só às taxas oferecidas, mas a estes fatores:

  • Prazo da aplicação: quanto maior o tempo até o resgate, menor o IR cobrado;
  • Custos: considere sempre as taxas de administração e de custódia que são cobradas;
  • Aplicações isentas: leve em conta os produtos que não cobram IR;

Perda da poupança aumentou

Com o corte de 0,50 ponto percentual na Selic, a caderneta de poupança passa de uma rentabilidade anual de 2,97% para 2,62%. Isso aumenta a perda real da aplicação para 0,53% ao ano, considerando a inflação de 3,10% prevista para 2020 pelo último boletim Focus. Ao mês, o investimento mais conhecido pelo brasileiro renderia em torno de 0,21%.

A taxa Selic influencia o rendimento da poupança porque, quando ela está abaixo de 8,5% ao ano, a poupança passa a render 70% da taxa básica de juros mais a taxa referencial (TR), que hoje está zerada. Essa regra vale apenas para os depósitos feitos a partir de 4 de maio de 2012.

Quem deixasse R$ 1 mil aplicados na poupança com um rendimento pela Selic em 4,25% ao ano, teria ao final de 12 meses um ganho adicional de R$ 29,75. Já quem deixasse com a nova taxa de 3,75%, teria ganho de R$ 26,25.

Veja 5 aplicações que protegem contra a inflação com a nova Selic:

1 – Fundo Tesouro Simples a 100% do CDI e taxa zero

Um fundo atrelado ao Tesouro Selic que paga 100% do CDI e com taxa de administração zerada ainda apresenta retornos que superam a inflação. Mas o prazo precisa ser de, no mínimo, 2 anos para que o Imposto de Renda cobrado não consuma o rendimento. Com a alíquota de IR a 15%, o fundo garante um retorno líquido igual ao da inflação prevista para 2020, de 3,10%.

Veja exemplos da rentabilidade líquida deste tipo de fundo:

  • Alíquota de 22,5% (até 180 dias): 2,82%
  • Alíquota de 20% (de 181 a 360 dias):  2,92%
  • Alíquota de 17,5% (de 361 a 720 dias): 3,01%
  • Alíquota de 15% (acima de 720 dias): 3,10%

2 – LCIs/LCAs a 85% do CDI

Por serem isentas de Imposto de Renda, as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) saem na frente de muitas aplicações de renda fixa que têm seu retorno abocanhado pelo Leão. Por exemplo: mesmo uma LCA que pague um dos percentuais mais baixos do CDI, como 85%, ainda gera um retorno líquido de 3,10% ao ano, em linha com a inflação prevista para o final do ano.

Veja alguns exemplos:

  • LCI a 85% do CDI: 3,10% ao ano
  • LCI a 90% do CDI: 3,28% ao ano
  • LCI a 100% do CDI: 3,65% ao ano
  • LCI a 110% do CDI: 4,01% ao ano

3 – CDB de 2 anos a 100% do CDI

Os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) ainda devem ser considerados, mas apenas com prazo mais longo de resgate. A partir de 2 anos, a alíquota do IR cobrado cai para o mínimo de 15% e garante uma rentabilidade líquida maior. Isso vale especialmente se o produto paga 100% do CDI.

Veja a rentabilidade líquida deste produto:

  • Alíquota de 22,5% (até 180 dias): 2,82%
  • Alíquota de 20% (de 181 a 360 dias):  2,92%
  • Alíquota de 17,5% (de 361 a 720 dias): 3,01%
  • Alíquota de 15% (acima de 720 dias): 3,10%

4 – CDB de prazo maior a 110% do CDI

Os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) que pagam percentuais maiores que o CDI são vantajosos, especialmente aqueles com prazo maior que seis meses. Para os que pagam 110% do CDI (que equivale a 4,01% ao ano), este é o prazo mínimo para o investidor conseguir retornos líquidos acima da inflação esperada para 2020.

Veja a rentabilidade líquida deste produto:

  • Alíquota de 22,5% (até 180 dias): 3,10%
  • Alíquota de 20% (de 181 a 360 dias): 3,20%
  • Alíquota de 17,5% (de 361 a 720 dias): 3,30%
  • Alíquota de 15% (acima de 720 dias): 3,40%

5 – Fundo de renda fixa crédito privado

Existem fundos de crédito privado que remuneram 115% do CDI, a uma taxa de administração máxima de 0,5% ao ano (o valor é maior porque o fundo tem gestão ativa). Mas para não perder da inflação, o prazo precisa ser de no mínimo 2 anos. Estes fundos investem em títulos de dívida de empresas, como debêntures e CRIs (Certificados de Recebível Imobiliário).

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