A fabricante de produtos de tecnologia Apple alertou investidores, na noite desta segunda-feira (17), que o surto do coronavírus (Covid-19) na China está afetando seus negócios mais do que se imaginava. A companhia informou que vai revisar para baixo suas receitas para o trimestre terminado em março.
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O mercado reagiu mal à notícia. As ações da Apple (AAPL) chegaram a cair ao redor de 4% no pré-mercado de Nova York no início desta manhã (negociações que acontecem antes do pregão). O papel era negociado ao redor de US$ 313.
O abalo vem após os casos de coronavírus, que já contagiaram mais de 70 mil pessoas, terem paralisado a produção de fábricas na China. Um dos produtos mais badalados da Apple, o iPhone, é fabricado no país asiático, onde também ficam seus principais fornecedores, como fabricantes de chips e displays.
É na China que empresas como a Pegatron, Hon Hai Foxconn, Wistron montam os dispositivos da Apple. Embora elas não estejam no epicentro do coronavírus, na província de Wuhan, a produção desacelerou em várias partes da China, o que pode atrasar as entregas do iPhone.
A dependência da companhia fundada por Steve Jobs com a região não vem de hoje: a produção em larga escala de seus produtos só tem sido viável graças a essa cadeia de fornecimento que emprega milhares de pessoas na segunda maior economia do mundo.
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Salto de 60% em seis meses
Nos últimos seis meses, as ações da Apple valorizaram mais de 60%, negociadas ao redor de US$ 320 cada. A alta na bolsa vem sendo puxada pela forte procura dos consumidores pelo novo iPhone 11.
Alguns analistas já consideram que os múltiplos (relação entre o preço da ação e o valor patrimonial de empresa) da Apple já estão caros demais. Esse indicador serve para indicar se um papel está sendo vendido por um valor superestimado.