As ações do alemão Deutsche Bank (DBKGn) negociadas em Frankfurt fecharam em queda de 8,5% nesta sexta-feira (23), após chegarem a amargar uma queda de 13% mais cedo. Na B3, por volta de 16h55 (horário de Brasília), o BDR do banco alemão (DBAG34) negociado na B3 recuava 2,87%.
Os papéis do Deutsche caem há três sessões seguidas, fazendo a companhia perder um quinto de seu valor este mês pressionados por salto no custo de seguro dos títulos da instituição contra risco de inadimplência.
Ações de UBS (UBSG) e Credit Suisse recuaram 3,6% e 5,2%, respectivamente, depois que a “Bloomberg News” publicou que os dois bancos estão sendo investigados pelo Departamento de Justiça dos EUA sobre denúncias de ajuda a oligarcas russos contra sanções norte-americanas.
Inadimplência no pico em 4 anos
A justificativa para a queda é devido aos papeis conhecidos como swaps de inadimplência de crédito terem atingido o seu maior nível nos últimos quatro anos. Os swaps, que são uma forma de seguro para os detentores de títulos de uma empresa contra a inadimplência, saltaram para 173 pontos-base na noite de véspera ante 142 pontos-base no dia anterior. O custo do seguro destes títulos aumentaram significativamente com temores por um possível colapso no sistema bancário.
O caso dos bancos regionais norte-americanos SVB e Signature Bank neste mês provocou uma queda nas ações do setor bancário, já que os investidores temiam outros desastres no setor. O efeito se espalhou para o Credit Suisse, o que levou o UBS a assumir o controle do banco suíço de 167 anos para evitar uma crise mais ampla.
O Banco Central Europeu deve tranquilizar os líderes da União Europeia nesta sexta-feira de que os bancos da zona do euro estão seguros após a turbulência financeira causada por credores dos Estados Unidos e da Suíça, mas pedirá que eles avancem com um esquema de seguro para depósitos, segundo disseram autoridades à Reuters.
Os líderes do bloco europeu se reúnem para um segundo dia de negociações em Bruxelas para discutir questões econômicas, incluindo mudanças nas regras fiscais e de dívida do bloco, mas os temores com o impacto dos problemas do Credit Suisse e do Silicon Valley Bank (SVB) no sistema bancário europeu devem dominar as conversas.
A presidente do BCE, Christine Lagarde, apresentará aos líderes a situação de estabilidade econômica e financeira dos 20 países que compartilham o euro e deve enfrentar perguntas sobre os planos do BCE de mais aumentos nos juros para conter a inflação.
Nessa manhã, as ações de bancos e serviços financeiros listados nas bolsas europeias sofriam quedas. O índice pan-europeu STOXX 600 caía 1,8% às 8h48 (horário de Brasília).
Com Reuters
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